01 jan, 2025 - 20:30 • Ricardo Vieira
O Presidente da República acredita no sentido democrático dos portugueses em ano de eleições autárquicas e defende que Portugal precisa de uma "economia que cresça e possa pagar" melhores salários. Marcelo Rebelo de Sousa falou esta quarta-feira ao país, na tradicional mensagem de Ano Novo.
Em ano de eleições autárquicas, o Presidente da República recorda a vitória dos moderados no 25 de Abril e diz que acredita "na vontade experiente e determinada do povo português".
“Como sempre, em 2025, o povo será o juiz supremo da nossa resposta perante tantos desafios. Desde logo nas eleições para o poder local no fim do ano. 50 anos decorridos sobre o movimento militar convertido em revolução, a vitória dos moderados nessa revolução, em novembro de 1975, e a coragem dos Capitães de Abril de devolverem, em 1982, o poder pleno ao povo para que ele desse vida à democracia em Portugal, eu acredito na vontade experiente e determinada do povo português, eu acredito nos portugueses, eu acredito como sempre em Portugal.”
O chefe de Estado alerta para uma conjuntura internacional desafiante e defende que Portugal deve fazer mais para combater a pobreza e a desigualdade.
“Evocar Abril é olhar para o futuro, não é repetir o passado. Precisamos de menos pobreza, dois milhões de portugueses na pobreza é um problema de fundo, estrutural, que a democracia não conseguiu resolver”, sublinha.
O chefe de Estado apela também à aplicação dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), como fator de aceleração da economia.
"Precisamos que os 16 mil milhões do PRR que temos para gastar nos próximos dois anos sejam mesmo usados e façam esquecer os 6,3 mil milhões que usámos no mesmo tempo ou ainda maior, até hoje. Para Portugal ficar mais preparado para enfrentar as aceleradas mudanças na Europa e no mundo."
Marcelo Rebelo de Sousa também abordou a sua relação com o Governo e espera que a "cooperação estratégica prossiga" com o primeiro-ministro.
"Precisamos que o bom senso que, nos levou a reforçar a solidariedade institucional e até a cooperação estratégica entre órgãos de soberania, nomeadamente Presidente da República e primeiro-ministro, prossiga e que nos levou também a aprovar os orçamentos de 2024 e 2025 continue a garantir estabilidade, previsibilidade e respeito, cá dentro e lá fora."
Esta foi a penúltima mensagem de Ano Novo de Marcelo Rebelo de Sousa, antes de deixar o cargo e das eleições presidenciais de 2026.
[em atualização]