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Presidenciais 2021

Ana Gomes diz que Marcelo vai trabalhar para trazer direita e Passos Coelho ao poder

20 jan, 2021 - 01:05 • Lusa

Antiga eurodeputada do PS admite que, se for reeleito, o atual Presidente vai procurar promover “uma direita, tudo indica, que será encabeçada” pelo ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho. "Já começaram as estratégias de promoção", avisa a candidata presidencial.

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A candidata presidencial Ana Gomes afirmou esta terça-feira que, se for reeleito, Marcelo Rebelo de Sousa irá “trabalhar para trazer a direita” ao poder, encabeçada por Passos Coelho, e considerou que o PS não fez ainda a autoanálise da governação Sócrates.

Numa conversa online com jovens socialistas sobre o papel da Presidente da República, organizado pela Federação da Área Urbana de Lisboa da Juventude Socialista e que se prolongou por cerca de duas horas, Ana Gomes foi questionada sobre o que a distingue do atual Presidente da República e recandidato ao cargo.

“Será que o que os portugueses e, em particular, os votantes socialistas querem é esta estabilidade que é enganosa? Num segundo mandato, o Presidente já não tem de ser reeleito, vai trabalhar de outra maneira e já temos demasiados indícios que mostram que o presidente Marcelo Rebelo de Sousa vai trabalhar para trazer de volta a direita ao poder”, afirmou.

A antiga eurodeputada do PS precisou que será “uma direita, tudo indica, que será encabeçada” pelo ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho - “já começaram as estratégias de promoção” - e que “não hesitará em recorrer à normalização de um partido da ultradireita para esse desígnio”.

Para Ana Gomes, a escolha que se coloca nas eleições do próximo domingo aos votantes e militantes do PS é “se vão votar no candidato da direita e que tudo vai fazer para deixar a direita no poder” ou “em quem é indiscutivelmente socialista”, apesar de assumir a sua faceta crítica.

A candidata admitiu que é mais exigente com os socialistas, por ser o partido em que milita, e defendeu, por exemplo, que PS já deveria ter feito “uma autoanálise” sobre a governação de José Sócrates

“Infelizmente, não foi isso que aconteceu, houve alguma demarcação por parte do secretário-geral António Costa, mas não houve nunca uma análise. Independentemente dos crimes de que é acusado e que serão objeto de julgamento, há factos inquestionáveis”, disse, lembrando que foi durante a sua administração que foram criados os RERT (Regime Excecional de Regularização Tributária).

“Isto aconteceu no Governo Sócrates e se o PS não lida com isto e não assume que é um erro e que foi um esquema para desviar recursos do Estado, do meu ponto de vista vulnerabiliza-se e eu quero um PS reforçado”, frisou.

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