17 set, 2024 - 15:28 • Fátima Casanova , Marta Pedreira Mixão , Ana Catarina André
Seis alunos foram esfaqueados na Escola Básica da Azambuja, esta terça-feira, por um colega. A informação foi confirmada à Renascença pela GNR.
As seis vítimas foram reencaminhadas para o hospital. Uma das vitimas inspira mais cuidados, mas não corre perigo de vida.
Segundo apurou a Renascença, junto de fonte da Escola Básica da Azambuja, o aluno agressor, também menor, é filho de uma professora que dá aulas na Azambuja e está sob custódia policial.
O presidente da Câmara Municipal da Azambuja, Silvino Lúcio, disse à Renascença que o aluno agressor tem 12 anos e frequenta o 7.º ano de escolaridade.
"Um aluno, com idade de 12 anos, foi almoçar a casa e entrou a seguir ao almoço com a sua mochila, normal. Nada antevia que pudesse ter este tipo de atitude. Trazia um colete à prova de bala e uma faca e começou, conforme iam aparecendo os colegas, a esfaqueá-los", informou o presidente da Câmara Municipal da Azambuja.
O autarca confirmou também que se registaram seis feridos.
"Fez seis feridos. Havia cinco inicialmente, mas, agora, foi detetada mais uma pessoa, uma criança. As crianças são cinco do sexo feminino e uma do sexo masculino e têm idades entre os 11 e os 14 anos", detalhou, acrescentando que uma das vítimas "inspira mais cuidados, mas não há qualquer tipo de alarmismo em relação a essa matéria".
Quanto ao agressor, Silvino Lúcio informou que se encontra "sob custódia das autoridades, está a ter acompanhamento pelos psicólogos".
"Também é necessário também perceber o que é que se passou na cabeça - uma cabeça com 12 anos -, para ter este tipo de atitudes", salienta.
De acordo com fonte hospitalar, as crianças que apresentam ferimentos leves estão a ser avaliadas no Hospital de Vila Franca de Xira, enquanto a criança que apresentava ferimentos mais graves foi transferida para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
O alerta foi dado pelas 13h34 e, no local, estiveram presentes as equipas do Município de Azambuja e do INEM a prestar apoio psicológico, a vários adultos e crianças.
À ocorrência responderam também os Bombeiros de Azambuja, Bombeiros de Alcoentre, GNR, Cruz Vermelha de Aveiras de Cima, Serviço Municipal de Proteção Civil, VMER de Vila Franca de Xira, e a Polícia Judiciária - que já está a ouvir o aluno de 12 anos que esfaqueou os colegas, estando a realizar também perícias no local.
Em comunicado, a Escola Básica de Azambuja informa que vai "retomar a sua atividade amanhã, dentro da normalidade possível" e que continuarão a prestar o apoio "psicológico necessário".
O Presidente da República "lamenta e repudia" o incidente na escola da Azambuja, nos arredores de Lisboa, e afirma que "nenhumas circunstâncias podem legitimar um tal ato de violência".
"A Família, como a Escola, a Comunidade local e outras instituições essenciais para a nossa vida comum não podem ser dominadas pela violência, pela agressão, pela violação dos direitos das pessoas, de todas as pessoas, nem qualquer violação destes pode justificar a violência. E tudo devemos fazer para que comportamentos como o vivido hoje, envolvendo a agressão física a colegas, professor e outro trabalhador da escola, se não repitam", afirma Marcelo Rebelo de Sousa, numa mensagem publicada no site da Presidência da República.
O Presidente faz um apelo à reflexão em resultado deste ataque que provocou seis feridos.
"A situação deve ser devidamente apurada e merece não só a condenação, como a reflexão sobre a necessidade de educar para a paz, a concórdia, a tolerância e a civilidade", sublinha.
O primeiro-ministro condenou o ataque numa escola da Azambuja, que classificou como “um ato isolado e um fenómeno estranho à sociedade portuguesa”, mas que obriga à reflexão.
“Condeno nos termos mais veementes o ataque ocorrido na Escola Básica na Azambuja e faço votos de plena e rápida recuperação aos alunos feridos”, escreveu Luís Montenegro, na rede social X.
Para o primeiro-ministro, “tratou-se de um ato isolado e de um fenómeno estranho à sociedade portuguesa, mas que deve fazer refletir com sentido de responsabilidade todos os que atuam no espaço público”.
“O Governo mantém empenho total na proteção dos cidadãos e das instituições estruturantes do nosso país, como é a escola”.
Em comunicado enviado à Renascença, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) refere que "tomou conhecimento do ataque realizado esta tarde por um aluno numa Escola Básica na Azambuja" e que contactou de "imediato" a diretora do Agrupamento "para se inteirar da situação", estando agora "acompanhar a evolução do estado de saúde dos alunos feridos, desejando-lhes a recuperação plena."
O Ministério salienta ainda no comunicado que "condena veemente qualquer ato de violência dentro ou fora de uma escola".
[notícia atualizada às 18h05]