Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Relatório OCDE

Quase 21 mil alunos estiveram todo o 1.º período sem professor a uma disciplina

10 set, 2024 - 13:00 • Ana Kotowicz

Números são relativos ao ano letivo passado e foram apresentados pelo ministro da Educação. Fernando Alexandre quer reduzir o problema em 90%.

A+ / A-

“Isto não é aceitável.” O ministro da Educação voltou a reforçar o compromisso de reduzir o número de alunos sem professores, mas, desta vez, com números concretos. No ano letivo passado, 20.887 alunos estiveram durante todo o primeiro período sem aulas a pelo menos uma disciplina.

Fernando Alexandre apresentou os dados nesta terça-feira durante a apresentação do Education at a Glance, relatório da OCDE que, todos os anos, faz o retrato da Educação nos países membros.

Além de quase 21 mil alunos que estiveram entre setembro e dezembro sem um professor, há outro número significativo: 324.228 alunos não tiveram aulas a uma disciplina no mês em que arrancaram as aulas, o que mostra que todas as previsões feitas pelos sindicatos nessa altura eram conservadoras (as previsões rondavam os 130 mil alunos).

“Uma coisa é não ter professor durante uma semana ou duas”, disse o ministro da Educação. “Outra é não ter durante largos períodos de tempo.” Fernando Alexandre frisou ainda que os relatórios da OCDE são claros e mostram que há perda de aprendizagens por parte dos alunos quando ficam muito tempo sem professores.

“A falta de professores resulta numa perda muito significativa de aprendizagens”, disse, chegando “aos 13 pontos na literacia em matemática”, além de “afetar mais as famílias desfavorecidas, pondo em causa a igualdade de aprendizagens”.

Por isso mesmo, o ministro disse querer deixar “uma mensagem para a sociedade portuguesa”, já que considera que toda ela é afetada pela falta de docentes nas escolas.

“O objetivo que assumimos para o ano letivo que se inicia é que este número seja reduzido em 90%”, disse o ministro, referindo-se aos quase 21 mil alunos sem professor. Após muita discussão sobre estes valores, Fernando Alexandre disse que a sua equipa concluiu que “não era razoável” comprometer-se com uma redução do problema na ordem dos 50%.

“Ainda íamos ter mais de 10 mil alunos sem pelo menos um professor”, acrescentou o titular da pasta da Educação, que considerou que a falta de docentes nas escolas “é uma falha daquilo que não fizemos em 50 anos de democracia”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Graciete Correia
    10 set, 2024 Sintra 22:45
    O Ministro da Educação tem um enorme tarefa porque as escolas são uma farsa e se não fossem as explicações pagas pelos pais o que seria dos alunos? Acham, senhores jornalistas, que os diretores querem saber? O que vale é que ainda há muitos prof que dão o litro e ensinam os seus alunos. Não existe Inspeção da educação para fazer o seu trabalho nas escolas mas com o governo do António Costa deixaram de ir às escolas para verem por exemplo os horários como acontecia antes. Assim os diretores das escolas em nome da autonomia das escolas até cobram 30 cêntimos pelo papel (pequenino) para fazerem o retorno depois das férias. Acham isso normal? É assim que se passa no Agrupamento de escolas do Algueirão. João Costa, anterior ministro, andava centrado no tema das casas de banho. Mas alguém perguntou aos alunos se queriam tal fata de privacidade? Alguém quer saber dos jovens? E os telemóveis? O estatuto do aluno há anos que proíbe o seu uso mas os diretores das escolas fazem o contrário e assim toca a arranjar um grupo de professores na em Alvalade em torno do cyberbullying mas o que fazem para evitar a violência na escola? Os professores estão em risco com diretores das escolas a persegui-los com processos para abafar os problemas de violência nas escolas que querem silenciar e o ministério não saiba. Os diretores têm advogados pagos por todos nós sendo que os professores estão sós e por isso fogem da profissão.

Destaques V+