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Os detalhes da fuga dos cinco reclusos de Vale de Judeus

07 set, 2024 - 20:25 • Daniela Espírito Santo com Lusa

Saiba o que terá acontecido este sábado na prisão de alta segurança e que permitiu a evasão de cinco prisioneiros considerados perigosos.

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Cinco reclusos fugiram da prisão de Vale de Judeus. Foto: Facebook Sindicato Nacional Corpo Guarda Prisional
Cinco reclusos fugiram da prisão de Vale de Judeus. Foto: Facebook Sindicato Nacional Corpo Guarda Prisional
Cinco reclusos fogem por uma escada da prisão de Vale de Judeus. Foto: Facebook Sindicato Nacional Corpo Guarda Prisional
Cinco reclusos fogem por uma escada da prisão de Vale de Judeus. Foto: Facebook Sindicato Nacional Corpo Guarda Prisional
Cinco reclusos fogem por uma escada da prisão de Vale de Judeus. Foto: Facebook Sindicato Nacional Corpo Guarda Prisional
Cinco reclusos fogem por uma escada da prisão de Vale de Judeus. Foto: Facebook Sindicato Nacional Corpo Guarda Prisional
Cinco reclusos fogem por uma escada da prisão de Vale de Judeus. Foto: Facebook Sindicato Nacional Corpo Guarda Prisional
Cinco reclusos fogem por uma escada da prisão de Vale de Judeus. Foto: Facebook Sindicato Nacional Corpo Guarda Prisional
Cinco reclusos fogem por uma escada da prisão de Vale de Judeus. Foto: Facebook Sindicato Nacional Corpo Guarda Prisional
Cinco reclusos fogem por uma escada da prisão de Vale de Judeus. Foto: Facebook Sindicato Nacional Corpo Guarda Prisional
Cinco reclusos fogem por uma escada da prisão de Vale de Judeus. Foto: Facebook Sindicato Nacional Corpo Guarda Prisional
Cinco reclusos fogem por uma escada da prisão de Vale de Judeus. Foto: Facebook Sindicato Nacional Corpo Guarda Prisional

Quando aconteceu?

Era hora de visitas. Os guardas estariam, por isso, concentrados no local onde tal acontecia e ocupados com diversas tarefas burocráticas. Aproveitando uma "janela" de oportunidade cinco reclusos fugiram, este sábado, do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, Lisboa, por volta das 10h00. É isso, pelo menos, que defende a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais. O jornal Expresso garante, citando "fonte ligada às investigações", que o incidente terá acontecido uma hora antes.

O alerta terá sido dado ao almoço, quando se deu pela falta dos reclusos evadidos. De imediato, a fuga foi transmitida às forças policiais. GNR, PSP e PJ desencadearam diligências e "reuniram-se para partilhar informações" e agilizar a "cooperação policial internacional", diz o Sistema de Segurança Interna (SSI), em comunicado.

Como aconteceu?

Segundo a mesma fonte do Expresso, uma das câmaras de videovigilância estaria "desligada no momento da fuga" e os reclusos estariam "sozinhos no pátio". Quem ajudou na evasão foram "homens treinados, provavelmente antigos militares". À Renascença, já esta noite, Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional da Guarda Prisional (SNCGP), não confirmou este cenário.

As imagens de videovigilância indicam que os cinco homens terão fugido por essa hora "com ajuda externa", diz a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais. Alguém terá lançado uma escada, "que permitiu aos reclusos escalarem o muro e acederem ao exterior". A escada era, ao que tudo indica, de alumínio e estaria camuflada.

Fonte ligada à investigação conta ao semanário que estavam de serviço 20 guardas - para 507 reclusos, naquela que é considerada uma prisão de alta segurança.

À Renascença, Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional da Guarda Prisional (SNCGP), aponta culpas ao Estado português, "que desinvestiu nos serviços prisionais". Morais explica que as torres da cadeia foram desativadas em "2017/2018, quando a Direção-Geral da altura e o Governo decidiram que não faziam falta as torres, para racionalizar os meios humanos".

"Sem as torres, três indivíduos saltaram uma rede, que é exterior e tem cerca de dois metros. Puseram uma escada enorme, com cerca de seis metros, junto ao muro. Dentro do muro, os reclusos, com uma corda com um gancho na ponta, lançaram e conseguiram fugir".

Quem são os cinco reclusos?

Os evadidos são dois cidadãos portugueses, um cidadão da Geórgia, um argentino e um britânico. O recluso mais novo tinha 33 anos e o mais velho 61. Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão (máximo em Portugal), considerados culpados de crimes como roubo, sequestro, tráfico de droga, associação criminosa e branqueamento de capitais.

São considerados perigosos e, por isso, costumam necessitar de escolta em saídas no exterior.

Dois dos evadidos já são reincidentes: já tinham tentado fugir da cadeia de Monsanto, onde estiveram, refere fonte ligada à investigação, ao Expresso. Um deles chegou a ser, inclusive, um dos mais procurados pela justiça na Argentina.

Mais detalhes:

Fernando Ribeiro Ferreira – 61 anos, condenado a 25 anos pelos crimes de tráfico de estupefacientes, associação criminosa, furto, roubo e rapto;

Rodolf José Lohrmann – 59 anos, condenado a 18 anos e 10 meses pelos crimes de associação criminosa, furto, roubo, falsas declarações e branqueamento de capitais;

Mark Cameron Roscaleer – 39 anos, condenado a 9 anos, pelos crimes de sequestro e roubo;

Shergili Farjiani – 40 anos, condenado a 7 anos, pelos crimes de furto, violência depois da subtração e falsificação de documentos;

Fábio Fernandes Santos Loureiro – 33 anos, condenado a 25 anos, pelos crimes de tráfico de menor quantidade, associação criminosa, extorsão, branqueamento de capitais, injuria, furto qualificado, resistência e coação sobre funcionário e condução sem habilitação legal.

O que se segue?

Desde que se deu pela sua falta que, seguindo o protocolo habitual nestas situações, "foram feitas imediatamente comunicações" com os diferentes órgãos criminais para tentar a "recaptura dos evadidos".

Um inquérito interno também já foi aberto, estando a cargo do Serviço de Auditoria e Inspeção, coordenado pelo Ministério Público. Marcelo diz estar a acompanhar desde o primeiro minuto.

Desconhece-se onde estarão, nem se ainda continuam por Portugal. Tendo em conta este cenário, o presidente da SNCGP sugere que as "fronteiras deviam ser fechadas", até porque é "o caminho mais fácil". "Não há neste momento fronteiras fechadas", recorda, criticando os "partidos políticos" por essa decisão. "Acham que Portugal é um país de maravilhas", afirma.

Por sua vez, fonte oficial do Ministério da Administração Interna garantiu ao jornal Público que as fronteiras não foram reportas porque não foi considerado "adequado".

O Sistema de Segurança Interna (SSI) indicou, no entretanto, que foi "agilizada a cooperação policial internacional" para a captura dos cinco reclusos.

Em comunicado, o gabinete do secretário-geral do SSI salienta ainda "a estreita cooperação e coordenação entre as diversas entidades nacionais", tendo o SSI feito reuniões hoje à tarde com a Polícia Judiciária (PJ), PSP, GNR e Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) para "partilhar informações".

"Alertadas para a situação pela DGRSP, logo que tomaram conhecimento, a GNR, a PSP e a PJ desencadearam, nas suas esferas de responsabilidade, todas as diligências consideradas adequadas à ocorrência em causa", acrescenta o comunicado.

Já noite dentro, a Polícia Judiciária (PJ), juntamente com guardas prisionais, anunciou estar a realizar buscas no estabelecimento prisional.

[Notícia atualizada às 00h14 de 8 de setembro de 2024 para acrescentar as buscas na cadeia de Vale de Judeus]

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