01 set, 2024 - 17:00 • Ricardo Vieira , Miguel Marques Ribeiro
Centenas de pessoas, na presença das mais altas figuras do Estado e com a guarda de honra da GNR, despediram-se este domingo à tarde, em Lamego, de Pedro Santos e Daniel Pereira, dois dos cinco militares que morreram na queda de um helicóptero no rio Douro.
A missa de corpo presente foi presidida pelo patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, e concelebrada pelo bispo de Lamego, D. António Couto. Estiveram presentes o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa; o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco; e o primeiro-ministro, Luís Montenegro.
Na homilia, D. Rui Valério, capelão-chefe da Igreja Católica, sublinhou a heroicidade destes militares que perderam a vida a cumprir o seu dever, ao serviço da “exigente Unidade de Emergência de Proteção e Socorro” da GNR.
“Um sentido obrigado pelo que revelaram enquanto homens e pelo que deram enquanto militares”, afirmou o patriarca de Lisboa, numa cerimónia marcada por grande emoção e consternação.
D. Rui Valério destacou o exemplo que os militares Pedro Santos e Daniel Pereira, que deram a vida para proteger as populações: “Estamos perante dois homens que, na grandeza da dádiva das suas vidas, elevaram bem alto o esplendor de Portugal”, declarou.
"Caros Pedro Santos e Daniel Pereira, destes a vossa vida ao serviço da nação e dos portugueses. Serviste Portugal e a Guarda Nacional Republicana, bem como todas as mulheres e homens que ‘vivem para servir e não para serem servidos‘. Vós sois e sereis sempre testemunhas dos mais elevados valores de uma sociedade solidária que se define como Estado de Direito, no qual deve ser reconhecido, garantido e respeitado o direito a cada um e a cada uma a ser pessoa", sublinhou o patriarca.
Pedro Santos e Daniel Pereira deram a vida ao serviço da comunidade e o seu exemplo vai permanecer vivo "sempre que, sob o sagrado solo de Portugal ou em qualquer paragem do mundo, houver quem derrame o próprio sangue em defesa da vida do próximo".
"Eles estarão vivos entre nós, onde houver quem viva o permanente cumprimento do dever. Continuarão vivos na ação abnegada de quem protege os mais fracos e de quem protege os mais fracos e de quem tomada partido pelos mais vulneráveis", enalteceu o bispo com o pelouro das Forças Armadas.
Ainda esta tarde, realizam-se os funerais de outros dois militares da GNR, em Lamego e Moimenta da Beira.
Tiago Pereira era o último dos cinco militares da (...)
O helicóptero de combate a incêndios florestais caiu no rio Douro na sexta-feira, próximo da localidade de Samodães, Lamego, transportando um piloto e uma equipa de cinco militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPC) que regressavam de um fogo no concelho de Baião.
O piloto da aeronave foi resgatado com vida, apenas com ferimentos ligeiros.
Ainda na sexta-feira foram localizados os corpos de quatro militares da GNR. O quinto foi localizado no sábado à tarde, depois de intensas buscas no local.
As causas do acidente ainda não são conhecidas.
O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) já ouviu testemunhas e o piloto do helicóptero.
"O GPIAAF tenciona publicar ao final da próxima terça-feira uma nota informativa dando conta das constatações iniciais e do caminho a prosseguir pela investigação", refere o Gabinete, em comunicado.