14 ago, 2024 - 10:57 • Jaime Dantas
Em tempos um dos rios mais poluídos da Europa, o Rio Leça está, desde 2021, a passar por um processo de despoluição gerido pela Associação Corredor Verde do Leça, que junta os quatro municípios por onde passa o curso de água: Santo Tirso, Valongo, Maia e Matosinhos.
A primeira de três fases está terminada. Foram até ao momento "retiradas cerca de 250 toneladas de resíduos", revela à Renascença o presidente da associação, José Manuel Ribeiro.
O também autarca de Valongo diz que o rio, tal como estava no passado, era "um esgoto a céu aberto". Daí. a necessidade dos municípios "juntarem as suas vontades" para tentar "corrigir o mal que foi feito à natureza".
"Através de engenharia natural, de recuperação de margens e retirada de espécies invasoras, mas também da construção de um viveiro de plantas naturais" o rio assume hoje uma "função importante na comunidade ligada ao desporto e à atividade física", sublinha José Manuel Ribeiro.
Ao final da tarde desta terça feira, eram várias as pessoas que faziam as suas corridas nas margens do rio. Um cenário que só começou a verificar-se há pouco tempo, conta Aida Silva, que trabalha há 19 anos numa cafetaria no Parque das Varas, por onde passa o Leça.
"As margens estavam muito mais sujas, agora são muito mais limpas. O passadiço beneficiou bastante, muito mesmo", conta a mulher de 74 anos.
No entanto, no meio dos elogios à recuperação do equipamento de lazer, que fica bem perto do mosteiro de Leça do Balio, surgem queixas relativamente ao cheiro do rio.
Isabel Carona frequenta o parque com a sua filha e conta que o rio "tem um cheiro muito intenso a esgoto". Eduardo Pinto, 46 anos, queixa-se do mesmo problema, mas ressalta que o espaço é "muito agradável para quem gosta de praticar desporto, para quem quer descontrair um bocadinho ao final do dia".
O projeto de despoluição do leça deve estar concluído nos próximos seis anos e faz parte dos 300 quilómetros de cursos de água que estão a ser reabilitados no país.