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Bastonário dos Médicos: "Hospitais não podem funcionar como há 50 ou 60 anos"

05 ago, 2024 - 11:41 • Hugo Monteiro

O bastonário, Carlos Cortes, diz que palavras do diretor-executivo do SNS à Renascença são “lúcidas e corajosas”.

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O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Carlos Cortes, diz que o país “não pode continuar a ter hospitais a funcionar” da mesma forma “desde há 50 ou 60 anos”.

Esta é uma das ideias que leva à reunião que terá na terça-feira com o diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), António Gandra de Almeida, e também ao encontro que tem agendado para quarta-feira com a ministra da Saúde.

Para o bastonário da OM, a declaração à Renascença do diretor-executivo do SNS, segundo a qual é necessário repensar a rede de urgências, é “muito lúcida, correta, responsável e corajosa”.

Carlos Cortes sublinha o facto de António Gandra de Almeida admitir que “as coisas não estão a correr bem” e que, “mais do que promessas ou intenções”, dar a ideia de “querer reformar a rede das maternidades, que é um aspeto absolutamente essencial”.

Em declarações à Renascença, o bastonário da OM confirma a reunião com o diretor-executivo do SNS na terça-feira e outra com a ministra da Saúde, na quarta-feira. A ambos pretende deixar a mensagem de que Portugal não pode “continuar a ter urgências como tem".

"Portugal não pode continuar a ter hospitais a funcionar como estão a funcionar, da mesma forma desde há 50 ou 60 anos. Não pode continuar a ter cuidados de saúde primários, como tem”, enfatiza

Cortes deixa, por isso, um apelo “aos partidos políticos, nomeadamente aos que estão representados na Assembleia da República”, para que se unam “à volta de um consenso para se poderem fazer as reformas do SNS que são necessárias”.

Sobre a entrada em funcionamento o Serviço de Urgência de Ginecologia do Hospital Santa Maria, em Lisboa, para grávidas até 22 semanas de gestação, Carlos Cortes diz ser necessário “esperar para ver” o impacto que esta abertura terá.

O bastonário lembra, todavia, que o problema “em relação às maternidades não é de infraestruturas”, mas sim “um problema de recursos humanos”.

“Fico muito satisfeito de terem aberto as novas instalações no Hospital de Santa Maria. Mas, para as coisas funcionarem, para haver uma resposta, são necessários profissionais de saúde, nomeadamente médicos”, sublinha.

Comentários
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  • João Silva
    05 ago, 2024 Pedroso 14:18
    Tem razão. As faculdades de medicina publicas não podem trabalhar como a 50 anos. Os estudantes tem o obrigatoriamente que permanecer 6 anos no SNS, EM EXCLUSIVIDADE.
  • EU
    05 ago, 2024 PORTUGAL 12:52
    Eu nasci em 1951 e como eu nasceram milhares. MUITO ANTES dessa data terão nascido MILHÕES. No Hospital do meu concelho trabalhavam MEIA DÚZIA de Médicos e nunca ouvi dizer que algum deles fosse OBSTETRA. O País tinha MAIS JOVENS nessa altura do que agora, pois em DEZ FAMÍLIAS os FILHOS eram mais de CINQUENTA. Havia Famílias com 10 11 ou mais Filhos. As Mães como teriam sido ACOMPANHADAS? Os tempos MUDARAM e MUITO BEM e eu fui UM dos que ajudei na MUDANÇA. Esse Hospital, o meu, começou a ter MAIS MÉDICOS do que automóveis nos parques de estacionamento. Foi considerado o EXEMPLO de ADMINISTRAÇÃO no dia em que o Hospital de Almada foi inaugurado. TODAS AS ESPECIALIDADES tinham BONS PROFISSIONAIS e a de Obstetrícia era a FINA FLOR. Em CERTOS DIAS quando Um Obstetra estava de URGÊNCIA muitas Grávidas faziam MAIS de CINQUENTA KILÓMETROS por estradas em ZIGUEZAGUE para serem observadas por esse Obstetra. Hoje DESSE LOCAL até CÁ a distância é feita em VINTE MINUTOS e por auto estrada. Se as condições de DESLOCAÇÃO melhoraram porque razão as CONDIÇÕES de atendimento não são IGUAIS ou MELHORES? Apenas e SÓ porque NÃO HÁ Médicos pois a IDADE não perdoa e os POLÍTICOS não PRESTAM. Vejam que o Hospital de CHAVES era dos MELHORES do País e TRANSFORMARAM-NO num APEADEIRO. Isto é. Quando eu nasci tinha as CONDIÇÕES que hoje HÁ? Não, não tinha. Tinha MAIOR NÚMERO de Médicos? Não, não tinha. Tinha melhores instalações? Não, não tinha. Então o que FALTA? Falta INTELIGÊNCIA e VISÃO. O resto...

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