30 jul, 2024 - 07:23 • Hugo Monteiro , Olímpia Mairos , com Lusa
A Refinaria de Sines continua a liderar o ranking das unidades industriais emissoras de gases poluentes. Já a TAP foi, no ano passado, a empresa que mais aumentou as suas emissões, e ocupa o terceiro lugar no TOP-10 divulgado esta terça-feira pela associação ambientalista Zero.
A refinaria da Galp libertou cerca de 2,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera em 2023, apesar das emissões terem diminuído 11% face ao ano anterior.
O dióxido de carbono é o principal gás com efeito de estufa, na origem do aquecimento do planeta.
Em declarações à Renascença, Francisco Ferreira, da Zero, diz tratar-se de uma redução conjuntural.
“A Refinaria de Sines tem efetivamente uma redução de 11%, mas essa redução é meramente conjuntural”, diz, explicando que “houve a maior paragem para manutenção da refinaria pelo menos na última década”.
Francisco Ferreira acrescenta ainda que “as intenções deste setor ligado aos combustíveis fósseis são de um aumento de produção”, alertando que “com a descoberta de petróleo na Namíbia, as metas de carbonização da Galp estão, aliás, a ser revistas para o pior”.
“Os investimentos em 2023 da Galp entre fósseis e renováveis, nos fósseis são cinco vezes superiores”, assinala.
Apesar de as perspetivas não serem otimistas, a Zero destaca o facto de a lista hoje divulgada demonstrar que, face a 2022, no ano passado, as emissões diminuíram 14% no conjunto das 10 unidades industriais mais poluentes.
“No que respeita a 2023 há uma redução de 14% das emissões no seu total e, portanto, essa é uma boa notícia e temos setores onde há uma forte diminuição, por exemplo, na produção de eletricidade a partir de gás natural fóssil pelo maior peso das renováveis”, conclui.
Em 2023, a TAP foi a empresa que mais aumentou as suas emissões de CO2 (15%), passando a ocupar o terceiro lugar do “ranking” (em 2022 estava na sexta posição), com 1,1 milhões de toneladas emitidas.
No caso da transportadora aérea nacional, apenas entram na contabilidade as emissões feitas em voos entre aeroportos da União Europeia e da Suíça.
Já a central termoelétrica de Lares da EDP registou a quebra mais significativa das emissões, de 50% face ao ano anterior, mas ainda assim manteve-se no nono lugar, com 365,2 mil toneladas de CO2 emitidas.
[notícia atualizada às 9h10 de 30 de julho de 2024]