Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Ministra da Administração Interna quer retirar "a fruta podre" das forças de segurança

11 jul, 2024 - 06:50 • Redação

Margarida Blasco diz ter "tolerância zero" com movimentos radicais.

A+ / A-

A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, garantiu que vai combater os movimentos radicais nas forças de segurança e que vai ser "perfeitamente intransigente" com crimes de ódio.

Em entrevista à TSF e Diário de Notícias, Margarida Blasco assegurou que se está a apostar na formação das forças de segurança.

"A formação que está a ser dada vai retirar a fruta podre do grande cesto que são as forças de segurança", afirmou a ministra, admitindo a presença de ideologia racista e xenófoba nas forças policiais.

"É uma situação em que eu, quando estava na IGAI e, agora como ministra, sou perfeitamente intransigente. Não há abertura nenhuma nem complacência", salienta.

Margarida Blasco reconheceu que os polícias também são cidadãos, mas relembra que "não são uns cidadãos quaisquer". "São cidadãos que defendem a ordem pública e o cidadão", relembra, reiterando que "são um dos pilares da democracia e do Estado de Direito" e, por isso, "não é admissível que haja movimentos radicais dentro das forças de segurança".

Reconheceu também que se trata de "um fenómeno mais alargado" e refere um conjunto de medidas relativamente às agressões, aos crimes de ódio e à xenofobia em que o Governo está a trabalhar.

A antiga inspetora-geral da Administração Interna (IGAI) destaca ainda como positivo o facto de os maiores sindicatos dos polícias não se terem deixado "instrumentalizar" pelo Chega, salientando a baixa adesão ao apelo feito pelo Chega para que os agentes de segurança se manifestassem nas galerias do Parlamento no dia em que se discutiam os projetos de lei para aumento dos suplementos.

"Num universo de 45.000 polícias, as principais organizações sindicais vieram dizer que não se sentiam vinculadas, que não queriam ser instrumentalizadas", recordou, reafirmando que "era com o Governo que [as forças de segurança] queriam negociar".


"Tenho uma visão dos polícias, de todos, quer da GNR quer da PSP, muito responsável. Sei que posso contar com eles e eles podem contar comigo", acrescentou.Margarida Blasco recusou também fazer comentários à "estratégia do partido" e sublinhou que as associações sindicais quiseram sempre "negociar com o governo", demarcando-se das posições tomadas por alguns movimentos inorgânicos como o ZERO.

Sobre o acordo a que o Governo chegou com as forças de segurança, afirmou que "este é apenas um dos temas que temos de abordar relativamente às forças de segurança do Ministério da Administração Interna" e que na quarta-feira foi encerrado "este período que é apenas o suplemento de missão", já que há ainda um pacote de medidas a negociar.

"Temos também um pacote de medidas, das quais destacava entre as mais importantes, a revisão do estatuto e das carreiras, que iremos discutir a partir de 2025. Aliás, já deixámos uma data marcada. O dia de Reis dia 6 de janeiro do próximo ano, teremos a primeira reunião", afirma.

"Como sabem, o programa do governo prevê um conjunto de medidas que dignifiquem o desempenho e os elementos das forças de segurança", recorda.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+