Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Enfermeiros "despedidos" em Penafiel exigem readmissão

06 jun, 2023 - 17:14 • Lusa

Enfermeiros nem conseguem ter acesso a subsídio de desemprego. Cirurgias foram alteradas devido a falta de profissionais de enfermagem.

A+ / A-

Trinta e um enfermeiros que não viram renovados os seus contratos de trabalho no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa exigiram nesta terça-feira, junto ao hospital de Penafiel, a sua readmissão, mas com vínculo efetivo.

"O que estamos a exigir é a readmissão destes enfermeiros com vínculo efetivo, porque eles estão cá a dar resposta a necessidades permanentes", disse à Lusa Fátima Monteiro, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

Segundo a sindicalista, aqueles profissionais tinham contratos desde novembro, mas ficaram sem trabalho, "por o Ministério das Finanças não ter aprovado a sua contratação".

"Este hospital contratou-os ao abrigo do plano de contingência, sempre com a expetativa de que o Governo em geral disponibilizasse verba para os poder contratar. O Ministério da Saúde deu um aval positivo, mas o Ministério das Finanças mandou-os para o desemprego", lamentou Fátima Monteiro.


Com palavras de ordem como "Costa escuta, os enfermeiros estão em luta", os profissionais que ficaram sem trabalho concentraram-se na manhã desta terça-feira à entrada do Hospital Padre Américo, em Penafiel, onde exibiram cartazes críticos ao Ministério das Finanças.

Não têm direito a subsídio de desemprego

Para a sindicalista, "a hipocrisia é tanta que estes colegas são despedidos, mas o contrato de seis meses nem lhes possibilita o fundo de desemprego", indicando ainda que, "com o despedimento destes colegas, a qualidade e a quantidade dos cuidados que se prestam aos utentes ficam em causa, assim como a segurança dos próprios profissionais".

A dirigente do SEP referiu que naquele centro hospitalar, que integra os hospitais de Penafiel (Padre Américo) e Amarante (São Gonçalo), "esta semana, a atividade cirúrgica foi alterada, por falta de retaguarda para os doentes que necessitavam de cuidados de enfermagem e de espaço".

"Tudo fica complicado. Quem sofre são estes profissionais que vão para o desemprego e os utentes que veem as suas cirurgias adiadas", reforçou, aludindo à "degradação do serviço nacional de saúde" que se tem observado, "porque as condições de trabalho dos seus profissionais são cada vez mais degradantes".

"Olhem para o SNS de uma vez por todas. Nós não queremos destruir o SNS, os enfermeiros são necessários, deem-lhes condições, porque eles sabem diariamente dar a resposta aos utentes", rematou.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+