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Luís Montenegro. “Não são políticas imediatas que vão resolver problemas estruturais”

29 set, 2022 - 10:07 • Diogo Camilo

Líder do PSD pede que estratégia de médio e longo prazo para resolver os baixos salários de jovens e as dificuldades de jovens casais em constituir família.

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O presidente do PSD, Luís Montenegro, abordou esta quinta-feira o “grave problema demográfico” de Portugal, pedindo que se olhe a médio e longo prazo de maneira a resolver problemas estruturais dos jovens, como os baixos salários e a dificuldade em constituir família.

“Por um lado, as notícias não são animadoras para os nossos jovens. Mas compreendo e enfatizo a necessidade de não nos circunescrevermos a um discurso fatalista que nos impeça de ter esperança para enfrentar os problemas”, indicou na conferência “Em Nome do Futuro: Os Desafios da Juventude” falando numa geração “carregada de inquietações e problemas”.

Num apanhado de notícias recentes, Montenegro destaca que os jovens portugueses foram os que saíram mais tarde de casa dos pais em 2021, cita a descida do salário de licenciados e a queda do emprego jovem com a pandemia, completando que as “políticas públicas têm de dar resposta”, mas que esta não é imediata.

“Não são as políticas com efeitos imediatos que vão resolver problemas estruturais que estão por detrás da conjuntura que os jovens enfrentam atualmente.”

“As políticas para remover os obstáculos à natalidade nos jovens casais só se vão repercutir daqui a 10, 20 anos. Ninguém muda as condições de um dia para o outro para que os jovens casais cumpram a sua ambição de ser pais, como também não é possível resolver o problema demografia. Os efeitos dos últimos 20 anos vão refletir-se nos próximos 20 anos.”

Montenegro questionou também se Portugal está preparado para que as políticas a implementar só tenham efeito décadas depois, pedindo que se comece a olhar mais longe, a médio e longo prazo, de forma a proporcionar “mais bem estar e mais conforto” aos jovens casais.

Como exemplo, o líder do PSD falou numa medida que considera essencial: a “universalização do ensino pré-escolar”, ou seja, garantir de forma universal o acesso de todas as crianças às creches em Portugal, abrangendo na medida das creches gratuitas o setor privado.

“O processo está em curso, conta com o apoio da oferta pública, do setor social, mas não conta com a oferta do setor privado. O primeiro desafio é que o poder político não pode desperdiçar a capacidade instalada no setor privado. O que está em causa é a igualdade de oportunidades, independentemente de que a oferta é proporcionada pelo setor público, social ou privado”.

O presidente social-democrata destaca um grave problema demográfico no país, apontando que a população pode vir a ser 20% inferior à atual dentro de 50 anos, razão pela qual defende políticas que contrariem este cenário.

“Para que possamos ter mais natalidade, mais confiança, é preciso que os jovens, a tal geração mais qualificada de sempre, tenha oportunidades de emprego”, diz.

As declarações de Montenegro foram proferidas durante a conferência «Em Nome do Futuro: Os Desafios da Juventude»«Em Nome do Futuro: Os Desafios da Juventude», a decorrer esta quinta-feira e organizada pela Renascença em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

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