Tempo
|

28,02%
77 Deputados
28%
78 Deputados
18,07%
50 Deputados
4,94%
8 Deputados
4,36%
5 Deputados
3,17%
4 Deputados
3,16%
4 Deputados
1,95%
1 Deputados
4,02%
3 Deputados
  • Freguesias apuradas: 3092 de 3092
  • Abstenção: 40,16%
  • Votos Nulos: 2,93%
  • Votos em Branco: 1,39%

Total esquerda: 91Mandatos
Pan: 1Mandatos
Total direita: 138Mandatos
A+ / A-

Incêndio na Serra da Estrela pode acabar com teixo de Manteigas

08 ago, 2022 - 17:59 • Teresa Paula Costa

Árvore que, em Portugal, apenas existe em povoação da Serra da Estrela pode desaparecer devido ao Incêndio, diz investigador.

A+ / A-

O incêndio, que desde sábado lavra na Serra da Estrela e que já consumiu 3.600 hectares, pode levar à extinção de uma espécie de árvore que não se encontra em nenhum outro lugar no país, a não ser na povoação de Teixoso, no vale glaciar de Manteigas.

A revelação foi feita à Renascença pelo investigador do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, Jorge Capelo.

Chama-se teixo e, no passado, serviu para fazer lápis e pegas de ferramentas. Atualmente, já tem pouca utilização, mas tal não justifica a sua extinção, diz o botânico que trabalha em habitats naturais e ecologia da conservação.

Segundo o investigador, “são já poucos os indivíduos desta espécie”, e “apesar de as árvores terem alguma capacidade de regeneração, elas são muito poucas e se a sua capacidade de voltarem a rebentar e produzir sementes for afetada, elas desaparecem mesmo”.

Apesar de não haver outras espécies vegetais ou até animais que dependam do teixo, o seu desaparecimento é uma perda para a biodiversidade, acredita o responsável do herbário do Instituto de Investigação Agrária e Veterinária.

Jorge Capelo revela que a Serra da Estrela alberga outras espécies “endémicas”, ou seja, que não existem em qualquer outro lugar do planeta, mas aquelas “ocorrem em ecossistemas que não são mais ameaçados pelo fogo, como zonas húmidas e rochosas”.

Mas há outras espécies de flora que sofrem com este mega-incêndio. Miguel Bugalho, investigador do Centro de Ecologia Aplicada Professor Baeta Neves, diz que “normalmente quando há estes incêndios muito intensos, a vegetação vai acabar por responder, mas nas fases iniciais em que está a desenvolver, ela está muito suscetível aos animais que possam lá acorrer”, quando regressarem às áreas queimadas.

O investigador defende a realização do fogo controlado para diminuir a carga de combustível das áreas florestais, e aumentar a diversidade da paisagem, mas considera altamente gravosos os “mega-incêndios” como os que ocorrem em Portugal.

Embora a maior parte das espécies já esteja adaptada às condições climáticas e ao fogo, os incêndios de grande intensidade provocam sempre grande mortandade na fauna local e lesam gravemente a flora portuguesa, lamentam os dois investigadores.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+