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Empresa portuguesa quer ajudar mulheres ucranianas a transformar ideias em negócios

29 mar, 2022 - 12:23 • Olímpia Mairos

A consultora na área do empreendedorismo está já a contactar as organizações nacionais que recebem os refugiados para, através delas, chegar às mulheres para quem esta proposta faça sentido e represente uma oportunidade de voltar a sonhar, de crescer do ponto de vista pessoal e profissional.

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Uma empresa na área do empreendedorismo quer apoiar refugiadas da Ucrânia a criarem o seu próprio negócio em Portugal.

“É a nossa responsabilidade social!”, explica Carla Branco, a responsável pela empresa PARTNIA, consultora na área do empreendedorismo, que se dispõe a apoiar as mulheres ucranianas refugiadas, que chegam ao nosso país, com os filhos e os idosos, e que precisam de traçar um novo projeto de vida.

“A linha de refugidos da atual vaga são mulheres, crianças e idosos, por isso nós colocamos a tónica no feminino”, diz Carla Branco, realçando que para entrar no mercado de trabalho precisam de um enquadramento diferente, na Segurança Social e na Autoridade Tributária, que pode ser ou não o previsto no estatuto de refugiadas.

Neste contexto, a PARTNIA vai apoiar gratuitamente estas mulheres a compreenderem os quadros legais nacionais, a ajudar na transformação de ideias em negócios, o que inclui planos de negócio e criação de todas as ferramentas necessárias para a sua implementação.

Carla Branco destaca ainda a importância de apoiar as mulheres que já tinham áreas de trabalho definidas na Ucrânia e que pretendam dar continuidade aos negócios em Portugal.

“Nós vamos ajudar na migração desses negócios, adaptá-los não apenas aos nossos quadros legais e fiscais, como trabalhar a linguagem, enquadrá-las numa linguagem europeia”, explica

A consultora, que possui uma Incubadora de Empresas, disponibiliza alguns espaços físicos para estas mulheres e através da mesma incubadora está disponível para dar apoio virtual a mais 20 mulheres, independentemente da região onde possam ficar no nosso país.

São muitas as áreas em que a consultora pode ajudar, “até no acesso ao microcrédito para aquelas que pretendam fazer investimento para a criação de um negócio”, exemplifica.

Neste momento a empresa está já a contactar as organizações nacionais que recebem os refugiados para, através delas, chegar às mulheres para quem esta proposta faça sentido e represente uma oportunidade de voltar a sonhar, de crescer do ponto de vista pessoal e profissional.

Incubadoras do Tua, de Vimioso e Lourinhã juntam-se no apoio

A ideia de apoiar mulheres refugiadas foi também proposta e acolhida por incubadoras de empresas do Parque Natural Regional do Vale do Tua (PNRVT), do município de Vimioso e também da Lourinhã, a quem a PARTNIA presta apoio técnico.

Além do suporte técnico e acompanhamento legal das ideias e dos eventuais negócios, disponibilizam-se espaços físicos onde as empreendedoras refugiadas podem trabalhar sem quaisquer custos. Há espaços de "coworking" disponíveis, mas também a disponibilidade para agilizar a procura de espaços adequados às necessidades físicas dos projetos, quando for caso disso.

Segundo o diretor do PNRVT, Artur Cascarejo, trata-se de “uma excelente ideia e nós muito interessados, em primeiro lugar porque estamos a responder a uma questão fundamental na receção aos refugiados, que é o apoio na definição de um novo projeto de vida, por outro lado, porque o território fica sempre a ganhar com a vinda de recursos humanos que aqui se possam fixar e desenvolver os seus projetos”.

Também o presidente da Câmara de Vimioso, Jorge Fidalgo, vê esta possibilidade com muito agrado, afirmando que “todos sentimos vontade e impulso de proporcionar oportunidades aos refugiados e a melhor forma de apoiar criar-lhes condições de trabalho”.

No entender de Carla Branco, se os municípios, que estão a preparar respostas ao nível do alojamento para os refugiados, acrescentarem oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional, estão a ajudar a uma melhor integração na sociedade e a promoverem também o bem-estar das mulheres ucranianas, evitando situações de subsidiodependência, que não é desejado por quem teve de abandonar o seu país, deixar para trás a família, os amigos, o trabalho.

“Dar oportunidade a estas mulheres de se sentirem úteis, ainda mais nas áreas onde elas se sintam mais capazes, tem também um papel emocional e psicológico muito forte para as ajudar a superar o momento particularmente violento que atravessam”, realça, destacando que “o pior que podemos fazer a estas mulheres é olhá-las como coitadas”.

“Abrindo-lhes portas ajudámo-las na sua valorização pessoal e profissional, ganhando todos, porque podemos encontrar muitos grandes talentos”, considera.

A PARTNIA está também a produzir informação em ucraniano, para chegar às mulheres que não dominem a língua inglesa, mantendo uma postura de abertura da empresa para ir respondendo de acordo com as necessidades que se forem colocando.

“Sabemos que vai ser desafiador, que eventualmente nos vamos deparar com algumas situações que nós próprios teremos de procurar respostas, mas estamos disponíveis para dar o nosso melhor”, conclui.

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  • Cidadao
    29 mar, 2022 Lisboa 14:40
    Um objetivo louvável mas condenado ao fracasso. "Elas" estão aqui, mas o coração está na Ucrânia, onde os maridos combatem, onde ficou a família que não pôde vir, onde está a Vida delas. Algumas poderão querer ficar - pelo menos até ver que este País embora receba bem, está muito longe de ser uma Alemanha em termos de oportunidades para sair da Cêpa Torta. Mas a esmagadora maioria, quando se estabelecer a Paz, começam a fazer as malas para voltar à Ucrânia.

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