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Covid-19

Inclusão da Madeira na "lista verde" britânica é "decisão justa", diz Governo Regional

24 jun, 2021 - 21:55 • Pedro Filipe Silva com Lusa

Portugal era o único país da União Europeia a constar da lista verde, mas foi retirado ao final de três semanas. A Madeira voltou agora a ser incluída.

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O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, afirmou esta quinta-feira que a reentrada da região no "corredor verde" britânico "é um ato da mais elementar justiça" e uma "grande vitória" para a região.
Numa nota distribuída pela presidência do Governo madeirense, o chefe do executivo insular destaca "a quantidade residual de casos diários de Covid-19 que a região apresenta", lembrando que esse foi um dos factos apresentados aos responsáveis britânicos.

"A Madeira está na 'lista verde' do Reino Unido. Foi conseguida a descriminação positiva que se desejava", refere também o secretário regional do Turismo e Cultura da região, em comunicado.

Segundo Eduardo Jesus, esta foi "uma decisão ajustada à realidade regional e vem reconhecer todo o trabalho em curso na afirmação da segurança do destino".

O arquipélago da Madeira, as ilhas Baleares e algumas das Caraíbas, incluindo Barbados, vão ser adicionadas à "lista verde" de viagens internacionais e isentas de quarentena na chegada a Inglaterra, anunciou hoje o Governo britânico. .

As alterações, que também incluem vários territórios ultramarinos do Reino Unido, vão entrar em vigor já na quarta-feira, revelou o ministro dos Transportes, Grant Shapps.

Para o governante insular, "este anúncio do governo britânico em relação à Madeira vem colocar justiça naquilo que o Governo Regional entende que deveria ser tido em conta desde o princípio".

Na nota, o responsável salienta que é o resultado "de uma luta árdua, um trabalho intenso, de dedicação permanente por parte do Governo Regional".

"Estamos por isso ansiosos para que a operação britânica seja retomada e com a força que tínhamos previsto", acrescenta.

O secretário madeirense recorda que foram realizadas 15 diligências junto do Governo britânico e português, dos responsáveis da saúde, embaixadores no Reino Unido e em Portugal, solicitando "a integração da região na lista de países e territórios considerados seguros do Reino Unido", no âmbito da pandemia de Covid-19.

"Neste processo, houve também o cuidado de atualizar os operadores britânicos da situação epidemiológica nas ilhas da Madeira e do Porto Santo, os quais foram também informados dos pedidos de intervenção do executivo Regional, com vista à correção da decisão do governo britânico", lê-se na nota.

Ainda de acordo com Eduardo Jesus, "a Madeira já tinha e continua a ter todas as condições para ser considerada na "lista verde"", salientando que se afirmou como destino seguro "desde a operação de triagem no aeroporto, ao processo de vacinação" contra a covid-19, que incluiu todos os profissionais do setor do Turismo, além da oferta dos testes, entre tantas outras medidas.

"Tudo isso constituiu a aposta determinada por parte da Região Autónoma da Madeira", sublinha.

O responsável realça também o facto de a região registar "um número reduzido de infetados e de casos diário", além do índice de transmissão (Rt) ser "o mais baixo do país".

Arquipélago não vai aligeirar condições de entrada

Também o secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, mostra-se aliviado com a decisão do Reino Unido, que vai permitir ao arquipélago da Madeira ter um "novo fôlego".

Em declarações à Renascença Pedro Ramos sublinha os níveis de testagem e o baixo número de casos. "O Governo Regional está muito satisfeito, temos feito tudo o que é necessário para conter a evolução da pandemia e para preparar a Madeira como região de turismo numa região saudável e segura. A Madeira é das regiões da Europa que testa mais, mais de 217 mil testes por 100 mil habitantes e portanto reunimos as condições necessárias para sermos categorizados como corredor verde."

"A Madeira tem um total cumulativo de 9603 casos positivos, 9464 casos recuperados, 72 óbitos e 67 casos ativos. 25 importados e 42 de transmissão local. Hoje tivemos três casos positivos, um importado da África do Sul e dois de transmissão local."

Pedro Ramos sublinha que o Governo Regional está preocupado com a variante Delta e está a tomar precauções. "Estamos preocupados com a variante Delta, nesse sentido o Governo regional tentou aligeirar o tipo de teste para entrar na região, mas devido ao número de casos que está a aumentar em Portugal continental e também nos restantes países da Europa, voltámos ao PCR até 72 horas antes e continuamos com o nosso centro de rastreios que foi iniciado a 1 de julho de 2020 e que constitui um bom filtro para a entrada dos que nos visitam."

"Temos de tomar as decisões em função daquilo que é a evolução da pandemia aqui na região. Continuamos a testar à entrada, continuamos a isolar se forem casos positivos, continuamos a repetir o teste entre o 5º e o 7º dia para grupos como os imigrantes e como os estudantes que vão começar a regressar. Pensávamos que podíamos aligeirar, mas com a variante Delta vamos continuar com as mesmas restrições", acrescenta.

De acordo com os dados difundidos esta quinta-feira pela Direção Regional de Saúde, a Madeira registou tês novos casos de infeção por Covid-19 e mais oito recuperados nas últimas 24 horas, existindo 67 situações ativas e cinco doentes internados no Hospital Sr. Nélio Mendonça, no Funchal.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos 3.893.974 vítimas em todo o mundo, resultantes de mais de 179.516.790 casos de infeção diagnosticados oficialmente, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 17.079 pessoas e foram confirmados 869.879 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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