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Estudo

Um em cada quatro portugueses deixou de recorrer ao SNS por medo da Covid-19

15 jun, 2021 - 07:57 • Lusa

O mesmo estudo revela ainda que os profissionais de saúde são o ponto mais forte do SNS para os utentes.

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Um em cada quatro portugueses deixou de recorrer ao Serviço Nacional de Saúde no ano passado por medo de serem contagiados com o novo coronavírus e mais de dois terços consideram que o SNS tem respondido bem à pandemia.

Segundo os dados do Índice de Saúde Sustentável, desenvolvido pela Nova Information Management School (NOVA-IMS) e que avaliou também a resposta do SNS à pandemia, 15,7% dos utentes deixaram de ir a uma consulta com o médico de família no centro de saúde, 7,5% não foram a consultas de especialidade nos hospitais, 5,8% deixaram exames de diagnóstico por fazer e 7,3% optaram por não recorrer às urgências.

"A significativa redução de atividade do SNS deverá ter-se feito sentir sobretudo do lado da oferta, devido às restrições dos recursos, mas também do lado da procura. Todos nós percebermos intuitivamente que deverá haver uma parte da população potencialmente utilizadora do SNS que se absteve ou reduziu a procura de cuidados de saúde devido aos receios relacionados com a pandemia", explicou Pedro Simões Coelho, coordenador do estudo.

O especialista acrescentou ainda: "Quase um quarto da população potencialmente utilizadora deixou de recorrer nalgum momento ao SNS, por exemplo, para uma consulta, ou para um exame de diagnóstico, por sentir receio de se deslocar ao hospital ou ao centro de saúde".

Pedro Simões Coelho indicou ainda que, segundo o estudo, "essa mesma população terá intensificado o recurso a serviços de saúde privados, em alternativa ao SNS, exatamente por sentir esse receio ou por situações de falta de resposta do SNS". É estimado que 18% da população o tenha feito.

Os dados apontam ainda para uma maior utilização dos serviços de telemedicina no SNS do que nos serviços de saúde privados.

Para a maioria dos portugueses inquiridos (54,2%), a Covid-19 criou dificuldades no relacionamento com os familiares, em 30,8% foi a causa de depressões e em 39,6% de situações de ansiedade.

O estudo mostra ainda que os doentes que estiveram infetados faltaram, em média, 15 dias ao trabalho. Três em cada quatro destes utentes (76%) consideram que o SNS teve uma resposta "boa" ou "muito boa" face à sua situação quando esteve infetado.

Os profissionais de saúde são o ponto mais forte do Serviço Nacional de Saúde e que merece ser valorizado segundo os utentes, revela o mesmo estudo.

“A perceção da qualidade dos serviços de saúde foi muito boa, até cresceu, e também se refletiu ao nível da própria satisfação e da confiança dos utilizadores. Naturalmente que podemos dizer que este aumento da satisfação e da confiança dos utilizadores pode ser induzida por dois aspetos: pela expressão efetiva que eles tiveram, que foi de facto de uma resposta de qualidade, mas também pode ter sido refletida pode ter sido parcialmente induzida pela imagem que o SNS criou relativamente à resposta à crise pandémica”, disse o coordenador do estudo, Pedro Simões Coelho.

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