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Marcelo termina visita à Bulgária “esperançado” de que “é fácil fazer mais” nas relações bilaterais

03 jun, 2021 - 16:47 • Lusa

É sobretudo no domínio cultural que o chefe de Estado português encontra “muita coisa a fazer” para cimentar as relações lusas com a Bulgária. A visita oficial ao país terminou esta quinta-feira.

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O Presidente da República terminou, esta quinta-feira, a visita oficial à Bulgária “esperançado” de que será “fácil fazer mais” nas relações bilaterais entre os dois países, em áreas como a cultura, o intercâmbio de estudantes ou na economia.

Marcelo Rebelo de Sousa terminou o programa da visita com um encontro com representantes da comunidade portuguesa na Bulgária, entre os quais estudantes, professores, empresários, a diretora do Instituto Camões no país, e à qual assistiu a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, que acompanhou a visita, e o escritor Afonso Cruz, que hoje participa na Feira do Livro de Sófia como convidado.

“Houve aqui várias ideias, mais programas de intercâmbio nas universidades, vários setores em que se pode avançar na economia: no digital, nas energias renováveis, nas infraestruturas, na construção, no turismo”, resumiu, depois, aos jornalistas.

Mas é sobretudo no domínio cultural que o chefe de Estado português encontra “muita coisa a fazer” para cimentar as relações lusas com a Bulgária.

“Daria muita importância à língua, à cultura, ao conhecimento recíproco que passa por essa cultura. Sei que se tem feito muito, mas tem de se fazer mais, e aqui é fácil fazer mais”, defendeu.

Marcelo pediu depois sugestões à assistência, que passaram pela criação de ligações aéreas diretas entre Portugal e a Bulgária, menos burocracia nos negócios ou a tradução de autores búlgaros para português, tal como já existe no sentido inverso.

O programa do Presidente da República à Bulgária teve um pendor marcadamente cultural, tendo visitado na quarta-feira um painel de homenagem a Fernando Pessoa, afixado na Câmara Municipal de Sófia, e passeado pela Feira do Livro que decorre esta semana na cidade.

Para esta quinta-feira, ficou reservada uma visita à Biblioteca Nacional da Bulgária, onde está patente a exposição especial “Portugal nos Manuscritos e os Antigos Livros Impressos da Biblioteca Nacional S.Cirilo e São Metódio”, onde manuseou livros do século XII e XVI, acompanhado pelo Presidente búlgaro, Rumen Radev.

Depois, na Universidade de Sófia, o chefe de Estado recebeu o grau académico de Doutor 'honoris causa' e fez um discurso com o tema “Europa: Perspetivas de Futuro”.

Após a visita à Embaixada de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa ofereceu um almoço de retribuição ao Presidente da República da Bulgária, antes de viajar rumo a Madrid, onde assistirá a um jogo de futebol amigável entre Espanha e Portugal a convite do Rei de Espanha.

O programa da visita não teve nenhum ponto económico, num contexto em que as trocas comerciais entre os dois países são muito baixas: a Bulgária foi em 2020 o 49.º cliente de Portugal (representando 0,15% do total das exportações nacionais) e o 45.º fornecedor de bens ao país (0,19% do total das importações).

A deslocação oficial de Marcelo Rebelo de Sousa à Bulgária aconteceu mais de dois anos depois de o seu homólogo Rumen Radev ter estado em Portugal numa visita de Estado entre 30 e 31 de janeiro de 2019.

No seu primeiro mandato, o Presidente da República já tinha estado na Bulgária, em setembro de 2016, por ocasião do 12.º encontro do Grupo de Arraiolos, que reúne chefes de Estado europeus sem poderes executivos.

Politicamente, a Bulgária vai realizar eleições antecipadas em 11 de julho, apenas três meses após o último escrutínio, depois de três tentativas falhadas de formar um Governo por parte dos partidos mais votados, estando atualmente em funções um executivo de gestão.

O país dos Balcãs com sete milhões de habitantes, considerado o Estado-membro mais pobre da União Europeia (UE) – a adesão registou-se em 2007, a par da vizinha Roménia, e pode ser o próximo país a aderir à zona euro – permanece no último lugar na vacinação contra a covid-19 (pouco mais de 13% da população adulta já tem pelo menos uma dose, contra perto de 42% em Portugal) e entre os que registam maior taxa de mortalidade.

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