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“Operação rigor mortis”. PJ deteve dois médicos e sete agentes funerários

01 jun, 2021 - 09:49 • Carla Caixinha

Os detidos têm entre os 38 e os 67 anos e são suspeitos da autoria dos crimes de recebimento indevido de vantagem, corrupção, falsificação de documento e falsidade informática.

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A Polícia Judiciária deteve nove pessoas em Bragança. São dois médicos e sete agentes funerários que são suspeitos dos crimes de corrupção e falsificação de documentos.

Segundo a nota enviada à redação, na segunda-feira foram realizadas 29 buscas e detidos seis homens e três mulheres, com idades entre os 38 e os 67 anos, suspeitos da autoria dos crimes de recebimento indevido de vantagem, corrupção, falsificação de documento e falsidade informática.

Em declarações aos jornalistas, o coordenador da Judiciária em Vila Real, António Torgano, explicou como funcionava o alegado esquema. "As autoridades de saúde apesar de estarem obrigadas a fazê-lo, não se deslocam ao terreno", começou por referir. "Não veem as pessoas, não veem os cadáveres, não fazem aquilo que deviam fazer que é a verificação da morte, se resultou de causas naturais, de um acidente, ou de um ato ilicito com a intervenção de terceiros e receberam uma vantagem económica que lhes era paga através dos agentes funerários".

A investigação apurou que dois médicos, enquanto autoridades de saúde (delegados de saúde), “terão emitido e entregue a agentes funerários várias dezenas de certificados de óbito e respetivas guias de transporte de cadáveres, sem praticarem os atos médicos que lhes competia legalmente e mediante contrapartida financeira”.

O mesmo respondável da PJ referiu ainda que este grupo quando existia um falecimento, as agências funerárias comunicam com as autoriades de saúde que rapidamente desbloqueiam a situação para que se façam as exéquias fúnebres o mais rápido possível".

Os detidos vão ser presentes a tribunal para interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação.

A mesma nota eclarece que a Judiciária, através do Departamento de Investigação Criminal de Vila Real, com a colaboração da Diretoria do Norte, em inquérito dirigido pelo Ministério Público – DIAP do Porto, desencadeou uma ação policial em várias localidades de Bragança.

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