Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Exportação de animais vivos "nunca" vai acabar nos Açores, diz Governo Regional

26 mai, 2021 - 19:22 • Lusa

Há duas semanas, o líder e deputado regional do PAN/Açores, Pedro Neves, afirmou querer acabar com o transporte de animais da pecuária para fora da região. Esta quarta-feira, o secretário regional criticou o "fundamentalismo" e o "radicalismo" daqueles que defendem o fim da exportação de animais vivos.

A+ / A-

O secretário da Agricultura e Desenvolvimento Rural do Governo dos Açores, António Ventura, disse esta quarta-feira que a exportação de animais vivos na região "nunca" vai acabar e criticou os "fundamentalismos" que humanizam os animais.

"Nos Açores, a atividade de exportação de animais em vivo não pode acabar nunca. Não pode acabar nunca porque nós temos um melhoramento genético, temos de nos afirmar como uma região exportadora de melhoramento genético", declarou Ventura.

O secretário regional do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM falava hoje em Ponta Delgada após uma reunião com a Federação Agrícola dos Açores, onde também participou o secretário dos Transportes, Mota Borges.

António Ventura destacou que a "exportação de animais de qualidade genética" será uma das "vertentes da nova pecuária" dos Açores, seja de animais para a produção de leite ou de carne.

Em 13 de maio, o líder e deputado regional do PAN/Açores, Pedro Neves, disse querer acabar com o transporte de animais da pecuária para fora da região devido às "evidentes perturbações" que uma viagem de longo curso implica.

Hoje, o secretário regional criticou o "fundamentalismo" e o "radicalismo" daqueles que defendem o fim da exportação de animais vivos.

"Há uns fundamentalismos aí que não têm conhecimento e sensibilidade para perceber que a exportação em vivo tem de continuar. Nós somos contra esse radicalismo, contra esse fundamentalismo, contra esse aproveitamento da sensibilidade dos cidadãos", atirou.

E reforçou: "nós não podemos humanizar os animais, os animais de produção têm regras e os próprios animais de companhia têm outras regras. A exportação em vivo é algo que na região autónoma dos Açores, com este Governo Regional, é para continuar de forma afirmativa".

António Ventura disse ainda ser "fundamental" para a fileira agrícola que exista um "sistema de transportes regular e de preços acessíveis".

O presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, considerou "fundamental" aumentar a "situação de previsibilidade" nos transportes marítimos, alertando que existem "dificuldades" nas ilhas de menor dimensão para a exportação de gado.

"Para nós, é fundamental melhorar o rendimento dos agricultores por via das suas exportações. Há ilhas que têm um impacto brutal na sua economia que tem a ver com a exportação dos seus animais vivos e abatidos", afirmou.

Jorge Rita defendeu ainda a aplicação de indemnizações compensatórias no transporte marítimo, a cargo do Governo da República, para que "todos os produtos exportados" cheguem com o "mesmo preço a todas as ilhas" açorianas.

O secretário dos Transportes, Mário Mota Borges, reforçou que o novo "plano dos transportes marítimos de mercadorias para os Açores está a seguir o seu caminho", referindo que "dentro deste ano" serão conhecidas as conclusões.

Questionado pela agência Lusa sobre a entrada em vigor da Tarifa Açores, Mota Borges referiu que "oportunamente" será dada uma conferência de imprensa sobre o assunto, mas não quis avançar se a conferência será realizada antes ou depois de 01 de junho.

No final de Março, o Governo Regional anunciou que a Tarifa dos Açores iria entrar em vigor em 01 de junho, permitindo que os residentes viajem via área entre as ilhas por 60 euros ida e volta, mas, para já, os preços ainda não foram atualizados na plataforma de reservas online da SATA.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+