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Grau de exigência diminuiu? Secretário de Estado da Educação refuta ideia

21 mai, 2021 - 10:00 • Miguel Coelho , Olímpia Mairos

O que houve, diz Jorge Costa à Renascença, foi a “adequação da prova àquilo que os alunos terão efetivamente aprendido”, estrutura que se “vai manter este ano”.

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O secretário de Estado da Educação rejeita a ideia de facilitismo nos exames como explicação para o aumento das médias.

Os rankings divulgados, esta sexta-feira, mostram que no ano passado as escolas registaram as médias mais elevadas dos últimos 20 anos, ou seja, desde que esta tabelas são organizadas. Pelo sétimo ano consecutivo, o Colégio Nossa Senhora do Rosário, no Porto, está no top deste ranking. Já a melhor escola pública foi a Escola Secundária Eça de Queirós, na Póvoa de Varzim, que ocupa a 36ª posição.

Ouvido esta manhã pela Renascença, João Costa diz que, por um lado, pode ser o resultado de uma componente opcional dos exames, que vai manter-se este ano, por outro, houve um menor número de exames, já que só se realizaram as provas de acesso ao ensino superior.

“Foram feitos apenas os exames escolhidos pelos alunos como provas de ingresso para o ensino superior. Significa, primeiro, que o número de alunos que os fez é bastante mais baixo, significa que foram fazer exame os alunos que queriam mesmo aquela prova para prosseguir estudos”, explica.

O secretário de Estado refuta a ideia de que foi diminuído o grau de exigência, apontando para “uma tentativa de adequação da prova àquilo que os alunos terão efetivamente aprendido”, estrutura que se “vai manter este ano, até porque tem algum interesse para lá da situação pandémica”.

Abandono escolar aumenta no profissional

O ranking mostra também que o abandono escolar aumentou entre os alunos inscritos em cursos profissionais, mas Jorge Costa considera que “é uma variação sem grande significado”.

“Há um corte muito maior de alunos, que vai subindo gradualmente, a ir para o ensino profissional, mas que, embora tenha que a ver, cada vez mais, com aproximação da idade de entrada no ensino profissional à idade dos científico-humanísticos, há sempre um ligeiro intervalo entre os alunos que entram no 10º no profissional e os que entram no 10º no científico-humanísticos, às vezes porque não tiveram um bom processo de orientação e mudam o percurso um ano depois”, indica o governante.

O secretário de Estado acrescenta ainda que “isto leva a uma questão concreta: são alunos que atingem os 18 anos, às vezes mais cedo do que os seus colegas e, portanto, tecnicamente não é abandono, mas, como o que nós contamos são os que não concluem o seu percurso para o nosso efeito, é como se fosse abandono”.

Recrutamento de professores vai mudar

À Renascença, o secretário de Estado da Educação admite que o modelo de recrutamento de professores vai mudar, mas não se compromete com datas, lembrando que a sua colega de Governo, a secretária de Estado, Inês Ramiro, já afirmou publicamente que “nada disto pode ser feito sem um debate tranquilo, participado e informado”.

Ainda assim, Jorge Costa explica que quando diz que há um problema com o modelo de recrutamento, está a dizer uma coisa muito simples.

“As escolas são bastante diferentes, os professores também têm vocações distintas e quando eu penso no que é uma escola num território, como uma escola type, em que há, por vezes, maiores problemas de indisciplina, interação ou questões de interação com a comunidade que são mais difíceis, há profissionais que podem ser excelentes professores e não se adequam àquele contexto e é preciso pensar isto, pensar mesmo se este é o melhor modelo”, explana Jorge Costa.

“O programa do Governo escreve como uma das suas medidas o repensar, em particular para estes territórios, a forma de recrutamento de professores”, remata.

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