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Caso Marquês

Transparência e Integridade chocada com decisão da Operação Marquês

09 abr, 2021 - 19:27 • Liliana Monteiro

Susana Coroado não compreende como é que levou sete anos até se chegar à conclusão de que vários dos crimes de que eram indiciados os arguidos tinham, afinal, prescrevido.

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A organização Transparência e Integridade recebeu a decisão instrutória da Operação Marquês com “surpresa” e mostrou-se chocada com o facto de a esmagadora maioria dos crimes terem caído.

“Recebemos decisão com surpresa. É grave, coloca em causa uma investigação de anos e terá, sem dúvida, consequências para investigações de casos de corrupção no futuro”, diz Susana Coroado, da organização.

Susana Coroado diz-se preocupada com o impacto da decisão na sociedade e na Justiça. “Durante anos ouvimos o poder político a sacudir água do capote e a dizer à justiça o que é da justiça, mas o juiz devolve agora, e disse isso mesmo, a responsabilidade ao poder político.”

“Eu pergunto o que tem a política a dizer sobre isto? Por outro lado, revela a incapacidade da justiça portuguesa em lidar com estes casos, basta ver a prescrição pela morosidade e falta de recursos e ainda a falta de proteção de denunciantes”.

Questionada sobre a decisão do juiz Ivo Rosa de extrair uma certidão por suspeitas pela forma como decorreu a entrega do inquérito ao colega Carlos Alexandre, processo que não foi por sorteio, nem com presença de juiz, Susana Coroado acrescenta, “nós vemos com muita preocupação a questão do sorteio, isto coloca em causa a confiança dos cidadãos na justiça.”

“Aquilo que não compreendo é se os crimes prescreveram porque é que a decisão não foi tomada antes. É preciso esperar sete anos para na decisão instrutória dizer que os crimes estavam prescritos? Tem de haver um mecanismo para garantir estas questões. O que aconteceu não é razoável”, conclui.

Apesar de todos os crimes de corrupção terem caído, José Sócrates vai ainda ser julgado por três crimes de branqueamento e falsificação de documentos.

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