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Operação Marquês

Salgado será absolvido "se a Justiça se comportar com distanciamento", diz advogado

09 abr, 2021 - 18:44 • André Rodrigues

Francisco Proença de Carvalho, advogado do antigo presidente do Grupo Espírito Santo declarou-se tranquilo quanto à decisão do Tribunal da Relação que vai analisar o recurso do Ministério Público. "A imagem da justiça será sempre valorizada quando os juízes julgarem com os factos", disse aos jornalistas.

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A defesa de Ricardo Salgado diz estar confiante na decisão do Tribunal da Relação que vai avaliar o recurso do Ministério Público à decisão instrutória da Operação Marquês.

Esta sexta-feira, o juiz de instrução criminal Ivo Rosa anunciou que o antigo presidente do Grupo Espírito Santo (GES) vai ser julgado por três crimes de abuso de confiança.

O banqueiro foi ilibado dos restantes crimes que lhe eram imputados: um de corrupção ativa de titular de cargo político, dois de corrupção ativa, nove de branqueamento de capitais, três de falsificação de documento e, ainda, três de fraude fiscal qualificada.

“O processo não termina aqui e a nossa confiança mantém-se desde o início igual. Eu tenho a certeza de que se a Justiça se comportar com o distanciamento necessário em relação a tanta coisa que se diz, sem se saber o que se está a dizer, o meu cliente acabará por ser absolvido”, disse Francisco Proença de Carvalho em declarações aos jornalistas à saída do Campus da Justiça, em Lisboa.

Questionado sobre a imagem que fica da Justiça, depois da decisão instrutória que arrasou a acusação do Ministério Público, o advogado de Ricardo Salgado disse que não é sua função defender a imagem da Justiça: “a mim compete-me defender o meu cliente. A imagem da Justiça será sempre valorizada quando os juízes julgarem com os factos, com as provas e com o Direito. Só assim é que a imagem da Justiça será valorizada, independentemente de tudo aquilo que as pessoas possam dizer sobre o processo”.

Zeinal Bava “não revestia o estatuto de funcionário e bastou isso para que a acusação caísse”

Também à saída do Campus da Justiça, o advogado de Zeinal Bava, ex-presidente-executivo da PT, considerou natural a decisão do juiz Ivo Rosa de não levar o seu cliente a julgamento no âmbito da Operação Marquês.

Bava estava acusado dos crimes de corrupção passiva, branqueamento de capitais, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada.

Aos jornalistas, José António Barreiros esclareceu que, no que toca aos crimes de corrupção e branqueamento de capitais, “a acusação tinha colocado os termos da seguinte forma: que Zeinal Bava era funcionário e, como tal, lhe imputavam estes crimes, nós demos defesa no plano substancial e ele não revestia esse estatuto de funcionário, porque tudo o que se passava na SGPS e a SGPS não era concessionária do serviço público e, portanto, tudo o mais caiu a partir daqui”.

No caso dos crimes de âmbito fiscal, já estavam prescritos.
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