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Covid-19

​Mais despesas, menos verbas do Estado. Dois terços das IPSS com dificuldades financeiras

03 mar, 2021 - 08:25 • Ana Carrilho , Cristina Nascimento

Presidente da CNIS diz que o ideal seria o Estado pagar “no mínimo 50% dos custos das instituições”, mas a realidade “está longe disso, está nos 38%”.

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Cerca de dois terços (62%) das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) consideram que as dificuldades financeiras que enfrentam é o desafio mais difícil que têm de enfrentar durante a pandemia.

O dado é avançado pelo estudo “Impacto da Pandemia de COVID-19 nas IPSS e seus utentes em Portugal”, realizado pela Universidade Católica do Porto, em colaboração com a Confederação Nacional das Instituições Particulares de Solidariedade Social (CNIS).

Em declarações à Renascença, o presidente da CNIS, Lino Maia, confirma que “há um aumento de custos nas instituições muito significativo e o Estado tem vindo a diminuir significativamente a participação nos custos das instituições”.

Lino Maia refere que o ideal seria o Estado pagar “no mínimo 50% dos custos das instituições”, mas a realidade “está longe disso, está nos 38%”.

No entanto, o presidente da CNIS conta “com uma atualização significativa dos acordos de cooperação” ainda este ano.


Dificuldades também a implementar planos de contigência

O estudo agora divulgado refere que as IPSS conseguiram reforçar-se e responderam com rapidez às necessidades impostas pela pandemia, nomeadamente, com o reforço das medidas de segurança sanitária e o aumento dos serviços de apoio domiciliário, mas isso teve custos.

Para mais de 62%, os custos acrescidos com as medidas de proteção contra a Covid, para as instalações, funcionários e utentes foi o maior desafio.

No entanto, mais de um terço das 329 IPSS que participaram no estudo também referiram a falta de recursos humanos especializados, a necessidade de reorganizar equipas para funcionarem em espelho ou porque alguns dos trabalhadores foram infetados.

Para outros 33%, houve dificuldade em implementar os planos de contingência e mais de um quarto dos inquiridos referiram também o estado físico e mental das equipas e a falta de valorização do seu trabalho.

Ainda assim, conseguiram dar respostas inovadoras, tanto no funcionamento das instituições, como na proatividade nas respostas de natureza solidária e em parceria com outras entidades, nomeadamente, a nível autárquico.

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