Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Polícias vão ter formação em direitos humanos e cidadania

12 fev, 2021 - 14:11 • Lusa

Inspeção-Geral da Administração Interna diz que o objetivo passa por um "papel mais preventivo e pedagógico" junto das forças e serviços de segurança através da participação em ações de formação inicial e contínua.

A+ / A-

A Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) vai passar a ministrar aos polícias matérias relacionadas com direitos humanos, cidadania, legalidade e funções policiais, deontologia e ética, segundo o plano de atividades para este ano daquele organismo.

No plano de atividades de 2021, disponível na página da internet daquele organismo que tem como função fiscalizar a ação das polícias, a IGAI refere que este ano um dos objetivos passa por "cooperar com os estabelecimentos de ensino das forças de segurança na formação dos seus elementos".

Segundo a IGAI, a concretização deste objetivo passa por um "papel mais preventivo e pedagógico" junto das forças e serviços de segurança através da participação em ações de formação inicial e contínua nos seus estabelecimentos de ensino, bem como "formação especializada em áreas específicas do conhecimento".

"Em 2021 visamos assumir uma maior atividade a nível da colaboração com as forças e serviços de segurança na área formativa, inicial e contínua", escreve no documento a inspetora-geral da Administração Interna, Anabela Cabral Ferreira.

O documento dá igualmente conta que a Inspeção-Geral da Administração Interna vai "reforçar a componente da formação especializada" de todos os elementos das forças e serviço de segurança, "com realce em matérias de direitos humanos, cidadania, legalidade e funções policiais, deontologia e ética policiais", sendo módulos que vão ser ministrados pela própria IGAI.

Este organismo tutelado pelo Ministério da Administração Interna pretende também, durante este ano, promover ações conjuntas de formação com os estabelecimentos de ensino sobre "a utilização de novos meios de investigação que permitam consolidar conhecimentos, habilitando os seus elementos a uma atuação operacional eficiente e eficaz".

A IGAI sublinha que quer contribuir para o processo de modernização das polícias através da formação e ensino de novas áreas temáticas, nomeadamente as valências significativas na defesa dos direitos humanos.

A IGAI vai ainda continuar este ano com a verificação "sistemática dos locais de detenção" das forças e serviços de segurança e dos procedimentos aplicados, realizando, para o efeito, inspeções sem aviso prévio a postos da GNR, esquadras da PSP e centros de instalação temporária ou espaços equiparados (CITE/EE) do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, dando especial atenção à zona de detenção.

"Estes processos inspetivos visam promover o controlo da atividade das forças e serviços de segurança, verificando procedimentos e assegurando o desenvolvimento de boas práticas para a defesa dos direitos fundamentais do cidadão. Em causa estão procedimentos inspetivos sem aviso prévio sobre as condições de funcionamento e procedimentais ao nível de postos da GNR e de esquadras da PSP em todo o país. Também aqui se enquadra a verificação das condições e práticas no âmbito dos CITE/EE do SEF", refere o documento.

A IGAI precisa ainda que estas ações revestem especial visibilidade, quer para o decisor político, quer para o cidadão que contacta com as polícias.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Roberto Moreno
    13 fev, 2021 Lisboa 14:50
    A Fundação Geolíngua está à disposição para colaborar com a Polícia portuguesa, neste âmbito, desde 1992. - Porem, aguarda resposta da PSP, GNR e PJ, e que conhecem muito bem o que lhes foi proposto em textos, fotos, audio e videos. Porque será esta demora?! - Talvez seja pela minha vasta experiência nesta área, iniciada no Brasil em 1989 e em Portugal a partir de 1992 - ou, pelo facto de eu possuir 4 cidadanias - italo-hispano-luso-brasileira. - Entretanto, continuo à disposição e, aguardo resposta da PJ à mais um dos meus pedidos de reunião efectuado ao vivo ao seu diretor nacional no dia 9 de Novembro de 2018, na Assembleia da República e, depois por e-mail, com farta documentação.
  • Ivo Pestana
    12 fev, 2021 RAM 19:40
    Mas isso é necessário? Acho uma teoria apenas. E quem não respeita as autoridades? Que têm bastantes processos crime e continuam em liberdade e a praticar mais crimes? Achava melhor reuniões entre todas as partes, patrulhas multidisciplinares...perguntem a quem está no terreno o que deveria ser feito. O diálogo tem de existir entre todos. Nos concursos para as forças de segurança, as minorias que concorram, para assim valorizar e melhorar, o trabalho que é feito. Ao contrário do que muitos dizem, não é fácil, nem para todos a função de agente de autoridade, seja ela qual fôr. Obrigado pela atenção e cuidem-se.

Destaques V+