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SEF confirma que ex-diretora nacional integra “grupo de trabalho interno"

02 fev, 2021 - 16:57 • Redação

Serviço de Estrangeiros e Fronteiras esclarece que Cristina Gatões “não foi contratada ou nomeada para qualquer cargo”.

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O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) confirma que a ex-diretora nacional Cristina Gatões, que deixou o cargo na sequência da morte do cidadãos ucraniano Ihor Homeniuk, integra um grupo de trabalho que vai propor alterações ao regime de vistos Gold.

O SEF reage, em comunicado, à notícia avançada esta terça-feira pelo "Diário de Notícias", segundo a qual Cristina Gatões foi nomeada para assessorar a reestruturação do regime de vistos Gold.

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras explica que a ex-diretora nacional mantem-se nos quadros daquela força.

Integra, agora, um “grupo de trabalho interno que analisa e vai propor medidas no âmbito do regime de autorização de residência para atividade de investimento”, sublinha a nota oficial.

O grupo de trabalho é coordenado pela técnica superior do SEF Carla Costa, sendo que Cristina Gatões “não foi contratada ou nomeada para qualquer cargo”, esclarece o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.

“Não corresponde igualmente à verdade que a inspetora coordenadora superior Cristina Gatões esteja a assessorar a Direção Nacional no quadro da reestruturação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras”, sublinha o comunicado enviado às redações.

O "Diário de Notícias" avançou esta terça-feira que Cristina Gatões tinha sido nomeada para assessorar a reestruturação do regime de vistos Gold, citando um despacho interno do organismo de acordo com o qual a nomeação visa “analisar soluções que assegurem maior eficácia no âmbito da permanência em Portugal dos titulares de residência para atividade de investimento”.


"A diretora nacional do SEF não tinha o perfil para acompanhar reestruturação"
"A diretora nacional do SEF não tinha o perfil para acompanhar reestruturação"

Na sequência desta notícia, o Bloco de Esquerda (BE) já requereu a audição parlamentar do ministro da Administração Interna. O Chega e a Iniciativa Liberal também já questionaram a escolha.

“Sem prejuízo dos esclarecimentos que devem ser dados no imediato, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda vem requerer a audição do Ministro da Administração Interna sobre a nomeação de Cristina Gatões para assessorar a reestruturação do regime de vistos Gold e o estado em que se encontra o processo de reestruturação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras”, pode ler-se no requerimento a que a agência Lusa teve acesso.

O BE refere, no texto do requerimento, que “a demissão de Cristina Gatões aconteceu nove meses depois do homicídio de um cidadão ucraniano, Ihor Homeniuk, nas instalações do SEF à guarda do Estado Português”, recordando que, precisamente em audição parlamentar, Eduardo Cabrita justificou esta demissão por considerar que a responsável “não reunia condições para liderar o SEF no quadro da reestruturação profunda que será desenvolvida neste organismo”.

Numa pergunta endereçada ao ministro da Administração Interna, o CDS quer saber se Eduardo Cabrita tem conhecimento desta nomeação e se a autorizou. O grupo parlamentar centrista questiona também "qual é a justificação para a nomeação como assessora da direção do SEF, de uma ex-diretora deste serviço de segurança que se demitiu pelos maus serviços prestados ao SEF e ao país".

O CDS recorda ainda que em meados de dezembro, numa audição parlamentar na comissão de Assuntos Constitucionais, o ministro da Administração Interna tinha afirmado que Cristina Gatões não reunia "condições para liderar o SEF no quadro da reestruturação profunda que será desenvolvida neste organismo".

A Iniciativa Liberal (IL) também critica a noticiada escolha de ex-diretora do SEF para assessorar a instituição, condenando o "clima de impunidade" em que os "amigos do partido" se "protegem mutuamente".

“A nomeação da ex-diretora do SEF Cristina Gatões para assessorar o serviço do qual acabou de se demitir é um exemplo do clima de impunidade e desresponsabilização para o qual a IL tem vindo a alertar. A mesma responsável que demorou nove meses a assumir as suas responsabilidades no contexto de um crime hediondo é recompensada com uma nomeação para funções relevantes como se de um prémio se tratasse”, lê-se em comunicado.

O Chega também questionou o ministro da Administração Interna sobre a nomeação para assessora do SEF após Eduardo Cabrita assumir que Cristina Gatões não reunia condições para a dirigir.

“Quais os critérios atinentes a esta nomeação?” e “Considera o sr. ministro que esta nomeação se coaduna com as declarações por ele prestadas aos deputados em comissão parlamentar no passado dia 15 de dezembro?”, são duas das perguntas colocadas pelo deputado único do Chega.

Os três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) acusados do homicídio do cidadão ucraniano Ihor Homeniuk, em março de 2020, no aeroporto de Lisboa, começaram hoje a ser julgados no campus de justiça, em Lisboa.

Segundo a acusação, os inspetores Bruno Valadares Sousa, Duarte Laja e Luís Filipe Silva tiveram um comportamento desumano para com Homeniuk, provocando-lhe graves lesões corporais e psicológicas até à morte.

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