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Caso Ihor Homenyuk

Bastonário desmente MAI. "Médico do INEM não referiu que a causa de morte foi natural"

16 dez, 2020 - 20:36 • Pedro Mesquita

Ministro Eduardo Cabrita referiu no Parlamento que a certidão de óbito do cidadão ucraniano morto nas instalações do SEF referia "morte por causas naturais". Em declarações à Renascença, Miguel Guimarães assegura que "isso não está nos documentos" que o MAI enviou à Ordem e sugere que o ministro terá passado informação falsa inadvertidamente.

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Caso Ihor. Miguel Guimarães desmente MAI - 16/12/2020

As afirmações do bastonário da Ordem dos Médicos contrariam as do ministro da Administração Interna que, esta terça-feira, disse no Parlamento que a certidão de óbito de Ihor Homenyuk apontava "causas naturais".

No entanto, Miguel Guimarães esclarece que o médico do INEM se limita a fazer "apenas a verificação do óbito" e que a certidão que atesta a morte do cidadão ucraniano só poderia ter sido passada pelo Instituto de Medicina Legal, na sequência da autópsia.

Em declarações à Renascença, o bastonário da Ordem dos Médicos sugere que "o ministro da Administração Interna tem um equívoco que lhe criaram e que está a passar uma informação que não é verdadeira".


Aquilo que o MAI disse no Parlamento corresponde à verdade, ou seja, que o INEM passou uma certidão de óbito a Ihor Homenyuk referindo causas naturais?

Aquilo que o ministro ontem disse no Parlamento é da responsabilidade dele. Relativamente àquilo que ele disse, o que lhe posso dizer é que o médico de emergência médica não passa certidões de óbito, faz apenas a verificação do óbito, que é uma coisa completamente distinta.

Na verificação do óbito que o médico de emergência fez não pôs lá que a causa de morte foi natural, isso não está nos documentos que nos chegaram.

E, depois, o cadáver vai para o Instituto de Medicina Legal que faz a autópsia e, no final, passa uma certidão de óbito.

E nessa certidão de óbito, já sabe se foram apontadas causas naturais?

Eu não tive acesso a essa certidão de óbito, até agora.

Mas há algum documento a apontar para isso?

Não, garantidamente não.

Portanto, tudo indica que a certidão de óbito, pelos dados de que dispõe, não aponta para causas naturais nesta morte...

... Exatamente. Eu acho que o ministro da Administração Interna está equivocado, tem um equívoco que lhe criaram e que ele está a passar uma informação que não é verdadeira.

Ou seja, está a passar informação falsa...

... daquilo que eu conheço, sim. Pode estar a fazê-lo inadvertidamente, mas está a fazê-lo.

Vai haver algum processo disciplinar em relação a este caso?

Sim, vai haver uma averiguação disciplinar por parte do Conselho Disciplinar da Região Sul.

Em relação ao médico do INEM?

Em relação àquilo que nos é referido pela Inspeção-Geral da Administração Interna, que diz respeito ao médico do INEM.

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