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Hospitais

Primeiras consultas aumentam 75%, mas é preciso “plano integrado” para o inverno

20 ago, 2020 - 08:45 • Marta Grosso , Celso Paiva Sol (entrevista)

Há sinais de recuperação no acesso aos cuidados de saúde, mas o presidente da Associação dos Administradores Hospitalares teme que seja ténue. Na Renascença, alerta para a necessidade de criação “circuitos Covid e não-Covid”.

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Em junho, os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) fizeram perto de 233 mil primeiras consultas. São mais 75% do que em abril.

Os dados oficiais mostram, assim, sinais de melhoria no acesso aos cuidados de saúde, embora ainda estejam longe dos de janeiro, antes da pandemia.

Além disso, e de acordo com o jornal “Público” desta quinta-feira, a recuperação não é igual em todo o país: o Centro Hospitalar Lisboa Central – que inclui o São José e o Curry Cabral –, por exemplo, realizou 17 mil primeiras consultas em junho, pouco menos do que em janeiro, enquanto a unidade local de saúde de Matosinhos fez menos de metade.

Na opinião do presidente da Associação dos Administradores Hospitalares, a recuperação deve-se a uma combinação entre a capacidade que o sistema tem demonstrado e o regresso da confiança dos portugueses.

“Sem a confiança dos portugueses no sistema de saúde dificilmente essas consultas seriam realizadas”, afirma à Renascença.

Mas há ainda obstáculos a ultrapassar para chegar à normalização das primeiras consultas.

“Do ponto de vista dos hospitais, continuamos a ter grandes limitações na questão das primeiras consultas, uma vez que estas consultas são referenciadas pelos cuidados primários e estaremos sempre muito dependentes da ativação dos cuidados de saúde primários”, diz Alexandre Lourenço.

“Aí, vivemos uma situação muito assimétrica no país, em termos regionais, de reativação dos médicos de família para que possam existir essas referenciações”, concretiza.

“É preciso um plano integrado para os próximos meses”

Com o inverno no horizonte, Alexandre Lourenço teme que a recuperação das primeiras consultas seja muito ténue e destaca a necessidade de haver um plano integrado para enfrentar os próximos meses.

“Efetivamente, essa recuperação é ainda muito limitada face aos dados de 2019”, afirma, sublinhando que “a convivência” da pandemia com “as infeções respiratórias sazonais, como a gripe sazonal, vai impactar na capacidade de resposta dos hospitais”.

“Aí, poderemos ter uma situação de voltarmos a uma suspensão parcial ou total [de consultas] em algumas instituições”, alerta.

Daí a importância de um plano. “Temos vindo a apelar para a existência de um plano concreto, integrado, que envolva os centros de saúde, os médicos de família, os hospitais, os cuidados continuados, o setor social e também até as organizações não-governamentais ou mesmo as forças policiais, de segurança e as autarquias”.

“É necessário ter um plano integrado e coerente que vá permitir que a resposta do sistema de saúde seja o mais eficiente possível”, apela o presidente da Associação de Administradores Hospitalares.

O tempo urge, diz Alexandre Lourenço à Renascença. “Seria preferível que esta estratégia de planeamento estivesse apresentada e fosse pública e participada há alguns meses. A janela de oportunidade não está fechada, mas cada vez temos menos tempo para apresentar esse plano”.

“A coordenação e liderança” neste processo cabe ao Ministério da Saúde e é essencial, diz ainda.

Covid e não-Covid

O presidente da Associação de Administradores Hospitalares diz que é preciso definir – com urgência – o circuito para doentes Covid e não-Covid no Serviço Nacional de Saúde.

“Temos estado a apelar para a necessidade da existência de um sistema dual, em que seja muito bem definida qual a rede Covid, de forma a libertar recursos também para os doentes não-Covid”, explica.

Na opinião de Alexandre Lourenço, as “limitações na resposta não-Covid vão ter impacto na redução dos diagnósticos e nas propostas terapêuticas, incluindo as propostas cirúrgicas”, onde a atividade “continua bastante limitada”.

É, pois, necessário criar condições para que que a atividade assistencial possa acontecer.

Também à Renascença, o presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública defende a contratação de mais profissionais de saúde – nomeadamente, médicos, enfermeiros e técnicos de saúde ambiental – sendo que, na impossibilidade de reforçar estas equipas, seja reforçado, com urgência, o número de profissionais para fazer o rastreio de contactos dos doentes com Covid-19.

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