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"Corredor aéreo" britânico. Decisão de voltar a excluir Portugal não é "suportada pelos factos"

24 jul, 2020 - 14:03 • Joana Azevedo Viana com Lusa

Portugal volta a ficar fora da lista de países em relação aos quais o Governo britânico não exige quarentena. Governo português "lamenta" decisão, que "não é fundamentada", critica ministro dos Negócios Estrangeiros. Embaixada britânica defende base "científica e técnica".

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O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, criticou esta sexta-feira a decisão do Governo britânico de excluir Portugal do seu "corredor aéreo", dizendo que não é "suportada pelos factos".

Por decisão do Governo de Boris Johnson, Portugal vai continuar fora da lista de países para os quais os turistas britânicos podem viajar sem cumprir quarentena obrigatória no regresso, no contexto da pandemia de Covid-19.

No início de julho, o Reino Unido já tinha excluído Portugal da lista de mais de 50 países que as autoridades britânicas consideram ser minimamente seguros como destinos turísticos para os seus cidadãos.

Em reação à decisão hoje, Santos Silva disse, na sua conta oficial de Twitter, que o Governo português "lamenta que Portugal não tenha sido acrescentado à lista de países em relação aos quais o país não exige quarentena" -- uma decisão, acrescentou o chefe da diplomacia portuguesa, que "não é fundamentada nem suportada pelos factos".

Esta sexta-feira, cinco novos países foram acrescentados à lista britânica, entre eles a Estónia e a Eslováquia. De acordo com o jornal "Telegraph", a lista será alvo de nova revisão dentro de três semanas.

A obrigatoriedade de os turistas britânicos cumprirem 14 dias de quarentena quando regressam de Portugal tem tido impacto no setor do turismo, particularmente no Algarve, aponta a Reuters.

Outros países europeus, incluindo a Irlanda, Bélgica e Finlândia, também mantêm restrições de viagens para Portugal.

Já Espanha continua a integrar a lista de países considerados seguros pelo Reino Unido, apesar de o número de novos casos de Covid-19 ter disparado na última semana.

Decisão tem por base critérios "científicos e técnicos"

A embaixada do Reino Unido admitie que seja “dececionante para Portugal” a decisão de Londres de manter as restrições às viagens, mas assegura que ela se baseia “exclusivamente em considerações de saúde pública” e “pareceres científicos e técnicos”.

“Sabemos que este é um resultado dececionante para Portugal”, afirma a embaixada dirigida por Chris Sainty num comunicado divulgado após o anúncio da decisão do Governo britânico de manter Portugal fora dos corredores de viagens que isentam os passageiros de quarentena no retorno ao Reino Unido.

O comunicado frisa que “o primeiro dever de qualquer governo é proteger sua população” e que “estas decisões são baseadas exclusivamente em considerações de saúde pública com o objetivo de minimizar o risco para os viajantes britânicos e o risco de importar novos casos de covid-19 para o Reino Unido”.

E aponta que “as decisões do governo britânico são baseadas nos pareceres científicos e técnicos elaborados pela autoridade de saúde de Inglaterra (Public Health England -PHE) e pelo do Centro Conjunto de Bio-segurança (Jont Biosecurity Center - JBC)”.

“As autoridades de saúde tomam em consideração uma série de fatores que afetam as viagens ao estrangeiro, tais como as taxas semanais de incidência ajustadas à população, a taxa de mortalidade, o nível de testes no país (taxa, capacidade, taxa de positividade), os dados reportados pelos países da OMS, e a evidência epidemiológica”, explica-se no texto.

[atualizado às 16h10]

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