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Sem receitas nem apoio do Estado, rádios locais admitem fechar portas

21 jul, 2020 - 15:29 • Ângela Roque

A Associação de Rádios de Inspiração Cristã diz que o governo está a gerir “muito mal” o processo de apoio aos media, e admite recorrer ao Presidente da República para evitar encerramentos que põem em causa milhares de postos de trabalho.

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Sem receitas, e sem o prometido apoio do Estado, “muitas estações de rádio local de norte a sul do continente e regiões autónomas, estarão a ponderar fechar nas próximas semanas”, anunciou em comunicado a Associação de Rádios de Inspiração Cristã (ARIC).

Miguel Guarda, vice-presidente da ARIC, explica à Renascença que este é um “grito de alerta” para a situação em que se encontram muitas das suas associadas, apesar do esforço de proximidade que fizeram durante a pandemia.

“Ao contrário de outras empresas, estas rádios não fecharam, estiveram sempre a trabalhar, tiveram de pagar salários, e foram menos de 20% as que recorreram ao lay-off, mas com a escassez de receitas e sem qualquer tipo de apoio, há rádios que ponderam mesmo fechar e a situação é extremamente complicada”, sublinha.

Parte das dificuldades fica a dever-se à quebra na publicidade, que “se antes já estava a decrescer para as rádios, com a pandemia tudo ficou pior. Neste momento as receitas são zero e as despesas continuam a avolumar-se”.

Para além dos salários, há que contar com outros gastos. “Temos de pagar a eletricidade, as comunicações. Temos, inclusive, taxas que nos estão a ser cobradas pela ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social) e por outras entidades públicas”, explica aquele responsável, lamentando o desinteresse do executivo pelas propostas que a ARIC fez.

“Apresentámos medidas excecionais de apoio às rádios, e o Governo não nos ouviu, limitou-se a apresentar o tal pacote de incentivos, mas passaram mais de três meses e as rádios ainda não viram nada.”

O vice-presidente da ARIC não avança um número concreto, mas sabe que são muitas as rádios que estão em risco, porque “todos os dias recebemos telefonemas de nossas associadas a perguntar pelo apoio do Estado, e contam-nos as suas situações. Está a ser uma fase muito complicada”.

A ARIC integra 90 das cerca de 280 rádios que existem no país. Miguel Guarda conta que algumas “já deixaram de ser associadas, porque não têm forma de pagar quotas. Nós isentámos esse pagamento durante alguns meses, demos esse apoio enquanto associação, mas a verdade é que as rádios estão a cortar em tudo o que podem, para conseguirem pagar os seus salários”.

Críticas ao governo, e possível recurso a Belém

Miguel Guarda lembra que o possível fecho de muitas das rádios locais do país põe em causa milhares de postos de trabalho. “Estamos a falar na ordem das duas, três mil pessoas que trabalham nas 280 rádios que há no país, e são essas que estão em risco neste momento”, por isso faz tanta falta o apoio do Estado, através da compra antecipada de publicidade institucional.

“Segundo as nossas contas, essa ajuda andaria à volta de 5 ou 6 mil euros para cada rádio, o que, não sendo perfeito, já ajudava muito”, diz Miguel Guarda, que receia que quando o apoio do Estado chegar - e “se chegar” -, já seja “tarde demais para algumas rádios locais”.

O vice-presidente da ARIC não pouca, por isso, críticas ao Governo. “Não faz sentido anunciar medidas de apoio para as empresas e não as concretizar. Parece-me que o governo está a gerir muito mal este processo. Até foi célere a apresentar soluções, mas para colocá-las em prática tem sido muito complicado”.

A Associação de Rádios de Inspiração Cristã promete, no entanto, não baixar os braços. “Todas as semanas contactamos a Secretaria de Estado do Cinema, Audiovisual e Media. As respostas são praticamente nulas, remetem-nos para os ministérios, e os ministérios não sabem dar respostas”, diz Miguel Guarda, que admite vir a pedir ajuda a Belém, para evitar que as rádios encerrem. “Vamos continuar nesta luta, e em último caso levar o assunto à Presidência da República, para que seja cumprido o que foi estabelecido”.

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