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Coronavírus

Idosos devem evitar centros de dia durante a epidemia, diz o presidente da CNIS

15 mar, 2020 - 08:46 • Marina Pimentel

Muitos centros de dia são ao mesmo tempo lares e a entrada e saída de pessoas pode prejudicar os residentes mais frágeis, diz o padre Lino Maia.

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Os idosos que frequentam os centros de dia, na medida do possível devem ficar em casa.

O apelo foi deixado na Renascença pelo presidente da Confederação Nacional das Instituições Portuguesas de Solidariedade Social (CNIS)

O padre Lino Maia diz que o objetivo é reduzir o risco de contaminação com a COVD-19 entre a população mais idosa e mais vulnerável.

“Muitas instalações são comuns às de centro de dia com lares, e esta circulação de pessoas entre a casa em que têm familiares de várias gerações e o lar em que estão em contacto com uma população mais frágil pode acarretar problemas”, diz.

“É conveniente pedir aos utentes do centro de dia que se mantenham em casa e as instituições certamente prestarão alguns serviços a essas pessoas.”

O presidente da CNIS admite que este é apenas um apelo pessoal, que não tem força de lei, mas acredita que em breve o Governo dará ordens no mesmo sentido. “É só um apelo, mas acredito que em pouco tempo será caucionado por uma medida do Governo”.

Coronavírus: Evolução diária em Portugal

A Ministra da Saúde, Marta Temido, declarou sábado que Portugal entrou "numa fase de crescimento exponencial da epidemia", no mesmo dia em que a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou o número de casos de infeção confirmados para 169.

Em relação a sexta-feira, há mais 57 casos, o que corresponde ao maior aumento num dia em Portugal, que contabiliza 114 internados, dos quais 10 em unidades de cuidados intensivos.

A região Norte continua a ser a que regista o maior número de casos confirmados (77), seguida da Grande Lisboa (73), e das regiões Centro (8) e do Algarve (7). Há quatro casos confirmados no estrangeiro, segundo a DGS.

No boletim epidemiológico assinala-se também que, desde o início da epidemia, a DGS registou 1.704 casos suspeitos e mantém 5.011 contactos em vigilância, menos do que na sexta-feira (5.674).

O Governo declarou o estado de alerta no país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão, e anunciou a suspensão das atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de segunda-feira.

A restrição de funcionamento de discotecas e similares, a proibição do desembarque de passageiros de navios de cruzeiro, exceto dos residentes em Portugal, a suspensão de visitas a lares em todo o território nacional e o estabelecimento de limitações de frequência nos centros comerciais e supermercados para assegurar possibilidade de manter distância de segurança foram outras das medidas aprovadas.

Os governos regionais da Madeira e dos Açores decidiram impor um período de quarentena a todos os passageiros que aterrarem nos arquipélagos, enquanto o Governo da República desaconselhou as deslocações às ilhas.

Já tinham sido tomadas outras medidas em Portugal para conter a pandemia, como a suspensão das ligações aéreas com a Itália.

O novo coronavírus foi detetado pela primeira vez em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.700 mortos em todo o mundo.

O número de infetados ultrapassa agora os 151 mil, com registos em 137 países e territórios.

A Organização Mundial da Saúde declarou entretanto que o epicentro da pandemia provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) se deslocou da China para a Europa, onde se situa o segundo caso mais grave, o da Itália, que anunciou no sábado 175 novas mortes e que regista um total de 1.441 vítimas fatais.

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