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Centenas de pessoas no funeral de Ruben de Carvalho

16 jun, 2019 - 17:08 • Lusa

Dirigente histórico do Partido Comunista morreu na terça-feira. Centenas marcaram presença, ao som de uma guitarra, da "Carvalhesa" e do "Avante Camarada".

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Centenas de pessoas despediram-se este domingo, em Lisboa, do dirigente comunista Ruben de Carvalho, com um "até sempre", ao som de uma guitarra, da "Carvalhesa" e do "Avante Camarada", e com a promessa do líder do partido de "prosseguir a luta".

"Não estamos aqui para dizer adeus ao Ruben, mas um até sempre camarada", afirmou Jerónimo de Sousa às pessoas que se reuniram no cemitério do Alto de São João, em Lisboa, entre dirigentes, militantes e amigos do antigo dirigente comunista que morreu na terça-feira, aos 74 anos.

Na evocação de Ruben de Carvalho, Jerónimo de Sousa começou por evocar a carreira política do dirigente comunista, membro do PCP desde 1970, das prisões pela PIDE ao trabalho autárquico em Setúbal e Lisboa e à organização da Festa do Avante, e terminou com um discurso político.

"A melhor forma de honrar a sua memória é prosseguir a luta pelas causas a que dedicou a vida, pela liberdade, democracia, socialismo e comunismo, prosseguir a luta que hoje travamos pela rutura com a política de direita, por uma política alternativa, patriótica e de esquerda com soluções para o país", afirmou, ao lado da mulher de Ruben de Carvalho e de membros da direção do partido.

Jerónimo de Sousa afirmou que a "luta" do PCP "foi decisiva para garantir a defesa, reposição e conquista de direitos dos últimos três anos e meio", com o apoio parlamentar dado pelos comunistas ao Governo minoritário do PS, "e é agora de novo decisiva para fazer Portugal avançar e não andar para trás".

A pensar nas próximas legislativas, em outubro próximo, o secretário-geral comunista alertou que "a luta também implica o alargamento, a unidade e convergência dos democratas e patriotas".

A cerimónia do funeral do antigo vereador da Câmara de Lisboa e organizador da Festa do Avante, que se prolongou por pouco mais de 30 minutos, incluiu, primeiro, um momento musical, de guitarra portuguesa, a evocar a sua faceta de melómano e musicólogo, em frente ao caixão tapado com a bandeira vermelha dos comunistas.

E terminou com as centenas de pessoas a entoar o hino do partido, "Avante Camarada", antes de se ouvir a gravação da música que acompanha, há anos, as campanhas eleitorais do PCP e a festa do Avante, a "Carvalhesa", executada por uma orquestra.

O funeral realizou-se este domingo, no cemitério do Alto de São João, em Lisboa, e coube ao secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, fazer a evocação do ex-deputado e organizador da Festa do Avante, desde a sua primeira edição, em 1976.

Ruben de Carvalho era responsável na Câmara Municipal de Lisboa pelo Roteiro do Antifascismo, membro do Comité Central do PCP e fazia parte da organização da Festa do Avante desde o seu início, em 1976.

Jornalista de profissão, Ruben de Carvalho foi também chefe de redação do semanário Avante, órgão central do PCP, entre abril de 1974 e 1995, chefe de redação da revista Vida Mundial e redator coordenador do jornal O Século.

Foi membro das "comissões juvenis de apoio" à candidatura do general Humberto Delgado, chefe de gabinete do ministro Sem Pasta, Francisco Pereira de Moura, no I Governo Provisório após o 25 de Abril de 1974, deputado à Assembleia da República eleito pelo distrito de Setúbal e vereador na Câmara Municipal de Lisboa.

Tinha 74 anos e era o único membro no atual Comité Central do PCP que tinha estado preso nas cadeias da PIDE durante o Estado Novo.

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