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“Há medo do Alzheimer porque a doença está estigmatizada"

18 set, 2017 - 20:47

O diagnóstico está a falhar por responsabilidade dos doentes e dos médicos, adverte o especialista Pablo Martinez Lage, em declarações à Renascença, na Conferência Mundial de Alzheimer, que decorre em Lisboa.

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As demências são diagnosticadas muito tarde e pior: há muitos doentes sem qualquer diagnóstico, alerta o director científico da Fundação CITA Alzheimer, em San Sebastian, Pablo Martinez Lage, para quem “há medo do alzheimer porque a doença está estigmatizada".

Esta realidade acaba por ser mais um contratempo para atacar este tipo de doenças neurológicas, em que a doença de alzheimer ganha cada vez mais espaço.

Na Conferência Mundial de Alzheimer, que decorre esta semana na Fundação Champalimaud, em Lisboa, vários especialistas defenderam a importância de um diagnóstico precoce. A bem dos doentes, das famílias e da própria comunidade.

Em declarações à Renascença, Pablo Martinez Lage diz que as pessoas têm tendência para arranjar desculpas para os sintomas e evitam ir ao médico, mas os profissionais, também, nem sempre fazem diagnóstico. Em muitos casos, por falta de tempo.

“Por um lado, os doentes adiam a ida ao médico quando começam a ter falhas de memória e atribuem-nas à idade ou ao facto de se terem reformado ou entrado em depressão. Tardam a dar importância aos sintomas. Mas também acontece que quando vão ao médico, em primeiro lugar, estes têm pouco tempo para as consultas. Nas de cuidados primários são cinco minutos e não se dão conta de que esses sintomas podem ser importantes. Ligam-nos à idade, à demência senil e não iniciam um processo de diagnóstico”, afirma o especialista.

O director científico da Fundação CITA Alzheimer sublinha que também há clínicos que desvalorizam a necessidade de um diagnóstico para uma doença que ainda não tem cura.

Pablo Martinez Lage discorda e explica porquê: “com ou sem tratamento, o diagnóstico precoce é importante. Porque se se diagnostica uma pessoa num momento em que ainda pode tomar decisões, está-se a dar-lhe oportunidade de decidir sobre as suas vontades, fazer um testamento, organizar a vida. Também para a família se poder organizar para o futuro porque, quando a demência se instala, a pessoa torna-se dependente e a família tem que se unir e organizar para lhe prestar atenção”, argumenta.

Os médicos precisam de formação e as pessoas de conhecer a doença, para perceberem que algumas falhas não têm a ver só com a idade.

“Essas falhas de memória que começam a ser persistentes e que ocorrem todos os dias, que levam uma pessoa a não se lembrar do que fez no dia anterior, que o leva a desorientar-se com as datas, a não saber que dia é ou tem dificuldade em se expressar… Isso não são sintomas da idade, mas de doença que se pode diagnosticar e começar a tratar”, defende Pablo Martinez Lage.

Apesar de tudo, há quem não queira conhecer o diagnóstico porque tem medo. Por isso, é preciso acabar com o estigma, como aconteceu como cancro.

“Há medo porque a doença está estigmatizada. Por isso, é importante que falemos dela. Há 30 anos também tínhamos medo do cancro e não se falava dele. Hoje em dia faz-se a detecção

precoce do cancro da mama ou do cólon, porque a sociedade está informada e sabe que é bom fazer esse tipo de rastreios”, compara o director científico da Fundação CITA Alzheimer.

Em Espanha há quase um milhão de casos de demência diagnosticados. Em Portugal são 182 mil. Mas é preciso actuar rapidamente porque, segundo os especialistas, em pouco mais de duas décadas, pode duplicar.

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  • João Martins
    18 set, 2017 Samora Correia 22:54
    Os especialistas só falam em rastreios precoces e em tratamentos, raramente falam em prevenção, sendo o Alzheimer uma doença moderna tem tudo a ver com hábitos e alimentos modernos, e provavelmente será evitável, mediante alterações de estilo de vida atempadas, nas isso é tabu entre os especialistas, pois não dá "money to big pharma" e o contribuinte, como eu ( que já não sou enganável pela medicina estabelecida) a sustentar os lucros das indústrias química, alimentar e farmacêutica, fraudolentas e oportunistas.

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