Tempo
|
A+ / A-

Câmara de Lisboa aprova renovação do Jardim do Império sem os emblemáticos brasões

20 jul, 2016 - 20:24

Decisão motivou o protesto dos vereadores do CDS-PP, PSD e PCP.

A+ / A-

A Câmara de Lisboa aprovou esta quarta-feira, com os votos contra da oposição, a decisão do júri do concurso de ideias lançado para renovação do Jardim da Praça do Império, em Belém, que não prevê a recuperação dos brasões florais.

A decisão, que teve o aval da maioria socialista (que inclui os Cidadãos por Lisboa) na reunião privada do executivo municipal, gerou a contestação dos vereadores do CDS-PP, PSD e PCP.

"É uma questão de opção política: reabilitar os restos dos brasões ou pura e simples eliminá-los", referiu à agência Lusa o centrista João Gonçalves Pereira, considerando que a escolha feita é "má" para a freguesia [de Belém], cidade e para o país.

Gonçalves Pereira apresentou uma proposta alternativa, que previa "a recuperação e a preservação da totalidade dos brasões, sempre com o integral respeito pelas condicionantes técnico-jurídicas, urbanísticas e ambientais aplicáveis ao local em questão".

Porém, o documento foi rejeitado pela maioria PS.

Igual destino tiveram as sugestões feitas pelo PSD para "recuperação e manutenção dos brasões integrados no jardim na Praça do Império" e atribuição "à Junta de Freguesia de Belém, mediante o estabelecimento de um protocolo de delegação de competências, da responsabilidade da recuperação e manutenção do jardim".

"Está-se a ir pelo caminho errado, querendo intervir no jardim sem olhar para o contexto da praça e da envolvente", advogou o vereador social-democrata António Prôa, referindo que "é um desrespeito e uma falta de sensibilidade para com o sentimento dos lisboetas, que é contrário à eliminação dos brasões".

Já a principal crítica apresentada pelo vereador comunista Carlos Moura prendeu-se com o "desaparecimento da ´mosaicocultura`".

"Em vez de se reabilitar os brasões, partiu-se para a utilização de relvados, que têm um baixo custo de manutenção", assinalou, defendendo que isso abre portas à "externalização do serviço".

O partido apresentou uma proposta para proteção da arte da ´mosaicocultura`, mas o ponto referente à contratação de novos jardineiros, para a continuar, foi rejeitado pela maioria socialista.

Os restantes pontos, relacionados com a promoção da arte da modelação de plantas e com a revitalização da escola de jardineiros, foram aprovados por unanimidade.

O Jardim da Praça do Império foi construído em 1940 por altura da "Exposição do Mundo Português", evento comemorativo dos 800 anos da Independência de Portugal e dos 300 anos da Restauração da Independência.

Anos mais tarde, no âmbito de outra exposição, foram ali colocadas 30 composições florais em forma de brasão representando as armas das capitais portuguesas e das ex-províncias ultramarinas, dois escudos (o da Ordem de Avis e o da Ordem de Cristo) e um relógio de sol.

Num comunicado divulgado no final da reunião municipal, a maioria socialista salienta que "há várias décadas que não existem brasões florais no jardim, restando apenas alguns vestígios", o que se deve à falta de manutenção que tais composições tiveram nos últimos anos.

No projeto original, da autoria do arquiteto Cotinelli Telmo, "também não existia qualquer brasão", continua a câmara, assegurando que "a proposta agora aprovada não vai, por isso, acabar com brasões que há muito não existem".

"Aliás, nenhuma das propostas do concurso previa a recriação de brasões", refere.

Segundo a autarquia, "os únicos brasões que existem na praça, inscritos na fonte luminosa monumental e ostentando os símbolos das famílias dos navegadores da expansão portuguesa, serão mantidos tal como consta do projeto original".

A proposta continha também recomendações do júri do concurso para que o jardim tenha, por exemplo, melhores acessos, ´wifi` e sanitários, o que foi aprovado por unanimidade.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • tugatento
    21 jul, 2016 amarante 23:13
    O presidente da CML, nao eleito pelos Lisboetas, deve andar com algum complexo, para retirar os brasoes do jardim. O sr Medina, ja agora acabe com os jardins e ponha la uns minaretes, como voce que gosta tanto desses gajos, e junte-se a eles.
  • ganhem vergonha!
    21 jul, 2016 Santarém 22:16
    Deitem a seguir a Torre de Belém e os Jerónimos abaixo e ponham lá umas estátuas em homenagem ao Hitler, Estaline, Kim Jong-un, Mao Tsé Tung, Maduro, etc. e ficará uma praça mais internacional e apagará tudo aquilo que a nós diz respeito, já agora instalem lá a tal nova mesquita em que estão tão empenhados em construir pois o DAESH está a precisar de um local mais vasto para angariar adeptos e os instrumentalizar.
  • Rui
    21 jul, 2016 Porto 16:59
    Se retiram os brasões mudem de nome ao jardim! O Império deve seguir os brasões!
  • João
    21 jul, 2016 Lisboa 12:51
    É tudo economia e em nome dela tudo se faz. Se ela espezinha as pessoas muito menos vai ter respeito por essa "coisa" que é a historia. Se achavam ofensivo os brasões das ex-províncias ultramarinas então que pedissem aos respectivos países que desenhassem novos brasões para continuar a perpetuar a ligação de todas estas nações.
  • Marco António Santos
    21 jul, 2016 Rio de Mouro 12:23
    Sempre os mesmos atrasados a quererem ostracizar a História de Portugal com banalidades de economia, quando não se importam de financiar com dinheiros públicos a construção e as respectivas indemnizações da mesquita sunita, palco de pregações contra cristãos e todos os não muçulmanos, local de destilação de ódio e que se for adiante sai do trabalho dos não muçulmanos. Que tristeza de governantes. Medicridade, arrogância, demagogia e outras mais.
  • LF
    21 jul, 2016 Porto 12:17
    VERGONHA! TENHAM VERGONHA esta autentica fobia de uns poucos, em fazer tudo para apagar a nossa História. Não sei qual é o problema desta gente! A seguir talvez optem pela demolição do Monumento dos Descobrimentos, etc.... Triste gente esta!
  • pa
    21 jul, 2016 lx 11:26
    UMA VERGONHA. AO QUE ISTO CHEGOU. CULPADOS NÃO OS QUE AUTORIZARAM COMO OS QUE VOTARAM NELES
  • Maria Sílvia Moura
    21 jul, 2016 Braga 10:18
    Não se é bom patriota, se renegarmos o passado....
  • PAULO NUNES
    20 jul, 2016 FREIXIANDA 22:17
    Meus amigos, O brasões fazem parte da grande Historia de Portugal e das províncias Ultramarinas, por favor não tentem apagar a nossa brilhante Historia. Os senhores são Portugueses? Por favor. Paulo Nunes

Destaques V+