15 set, 2024 - 09:20 • Ana Kotowicz
Menos de 15 dias depois do pior naufrágio do ano no Canal da Mancha, oito pessoas morreram quando tentavam fazer a travessia de França para o Reino Unido. Os números foram avançados pela imprensa dos dois países, citando fontes policiais francesas. O autarca de Pas-de-Calais avançou "que vários migrantes perderam a vida", durante uma conferência de imprensa às 8h00 de domingo (9h00 locais).
Segundo Jacques Bilant, os migrantes vinham da Eritreia, do Sudão, da Síria, do Afeganistão, do Egipto e do Irão.
Só nas últimas 24 horas, foram resgatadas 200 pessoas no Canal, segundo números oficiais da Prefeitura Marítima da Mancha e do Mar do Norte. Desde o início do ano, já morreram 45 pessoas durante as tentativas de travessia, o valor mais mortífero desde 2018, altura em que o fenómeno começou a ser sentido.
O alerta foi dado pelas 00h15 (01h15 locais) e, segundo a imprensa francesa, a embarcação de borracha estava sobrelotada e transportava cerca de 60 pessoas. Assim que abandonou a costa, a embarcação começou a ter problemas, acabando por naufragar a norte de Boulogne-sur-Mer, na região norte de Pas-de-Calais.
Já em terra, na praia, foram prestados cuidados médicos a 53 pessoas e retirados oito cadáveres do mar, segundo a guarda costeira.
O Ministério Público de Boulogne-sur-Mer vai abrir um inquérito ao sucedido.
No Reino Unido, o ministro dos Negócios Estrangeiros, David Lammy, disse ser "terrível" voltar a ter notícias sobre novas perdas de vida no Canal da Mancha.