09 set, 2024 - 23:45 • João Pedro Quesado com Reuters
Uma comitiva de veículos e funcionários das Nações Unidas (ONU) esteve, esta segunda-feira, detida por mais de oito horas por Israel no norte da Faixa de Gaza. Segundo o chefe da agência da ONU para os refugiados palestinianos, a coluna já foi libertada.
O exército israelita disse que tinha parado uma coluna depois de receber informações a indicar que um número de "suspeitos palestinianos" faziam parte da comitiva, e declarou que queria questioná-los.
"A comitiva foi parada à mão armada logo após do checkpoint de Wadi Gaza com ameaças de detenção de funcionários da ONU. Danos graves foram causados por bulldozers aos veículos blindados da ONU", disse Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinianos no Oriente Próximo), na rede social X.
"A comitiva tinha funcionários nacionais e internacionais em viagem para implementar a campanha de vacinação contra a poliomielite, para crianças na cidade de Gaza e no norte de Gaza", apontou o responsável, que indicou ainda não ser capaz de "confirmar se a campanha de vacinação vai ter lugar amanhã" na região indicada.
Lazzarini descreveu o caso como um "incidente significante" e "a mais recente numa série de violações contra funcionários da ONU incluindo tiroteios contra colunas e detenções pelas Forças Armadas Israelitas em checkpoints, apesar de notificação prévia".
Israel contestou que a comitiva da ONU estaria a transportar vacinas contra a poliomielite para as crianças de Gaza, acusando o propósito de ser "trocar funcionários da ONU".
A campanha para vacinar 640 mil crianças na Faixa de Gaza começou a 1 de setembro, depois da confirmação da Organização Mundial de Saúde, em meados de agosto, que um bebé tinha ficado parcialmente paralizado pelo tipo 2 do vírus da poliomielite - o primeiro caso no território em 25 anos.