20 ago, 2024 - 00:24 • João Pedro Quesado
Donald Trump partilhou, esta segunda-feira, imagens falsas, geradas por inteligência artificial, de Taylor Swift e das suas fãs (conhecidas como "swifties") a apelar ao voto no candidato republicano. O ex-Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) e novamente candidato à Casa Branca tem partilhado várias imagens falsas nos últimos dias, e parece estar a procurar mais formas pouco convencionais de ganhar mais apoio junto do eleitorado.
Numa publicação na rede social Truth Social, de que é dono, Trump publicou quatro imagens falsas. Uma mostrava Taylor Swift como o "Uncle Sam", com a frase "A Taylor quer que votes em Donald Trump". Outras mostravam jovens "swifties" com camisolas "Swifties for Trump".
Todas as imagens são capturas de ecrã de publicações na rede social X (antigo Twitter), e partilhadas por contas de extrema-direita conhecidas por partilhar desinformação, que pagam o plano premium da rede social para conseguir maior alcance nas publicações.
Taylor Swift não declarou apoio a Donald Trump (nem a Kamala Harris), e a comunidade de "swifties" não esperou para dar a conhecer a reprovação da tentativa, aparentemente desesperada, de Donald Trump conseguir mais votos. Algumas fãs da cantora querem até que Taylor Swift processe Donald Trump.
Outros fãs fizeram considerações mais políticas - na linguagem mais relaxada das redes sociais - e consideraram que a publicação de Donald Trump vai forçar Taylor Swift a declarar que não o apoia, e a fazer o contrário.
O rancor público de Donald Trump por Taylor Swift é uma história com anos - quatro anos, para ser mais preciso. Em maio de 2020, no início dos protestos anti-racismo que começaram depois da morte de George Floyd às mãos da polícia em Minneapolis, a artista mostrou-se irritada com declarações do então Presidente dos EUA e declarou que "vamos votar para tu saíres", mostrando apoiar Joe Biden e Kamala Harris.
Essa é, ainda hoje, uma das poucas declarações políticas de Taylor Swift, que em 2018 apoiou dois candidatos do Partido Democrata nas eleições intercalares.
Já em 2024, Donald Trump queixou-se de não ter o apoio de Taylor Swift em 2020, já depois de a bolha online dos apoiantes de Trump ter passado semanas obcecada com as potenciais preferências políticas da cantora depois da equipa do namorado, o jogador de futebol americano Travis Kelce, se ter apurado para a Super Bowl.
Entre as teorias da conspiração, segundo o "The New York Times", os apoiantes de Trump especularam que Taylor Swift seria uma agente secreta do Pentágono, e que estava a reforçar a sua base de fãs antes de declarar o apoio à reeleição de Joe Biden, então o provável candidato do Partido Democrata em 2024.
A publicação desta segunda-feira acontece alguns dias depois de Trump ter partilhado outras imagens falsas, também geradas por inteligência artificial, de Kamala Harris num comício comunista militar em Chicago, assim como um vídeo "deepfake" dele próprio a dançar com Elon Musk.
Em sentido contrário, Donald Trump, irritado pelo número de pessoas que a campanha dos Democratas tem conseguido juntar em comícios, tem declarado que as imagens captadas por fotógrafos e repórteres de imagens de dezenas de órgãos de comunicação social nos comícios dos Democratas são geradas por inteligência artificial.