08 jan, 2024 - 08:22
A bomba que explodiu hoje perto de um camião da polícia que escoltava uma equipa sanitária encarregue da vacinação contra a poliomielite no noroeste do Paquistão matou pelo menos seis policias, indicaram as autoridades.
Em causa está um ataque entretanto reivindicado pelo Taleban paquistanês, grupo de talibãs paquistaneses também conhecido por Tehreek-e-Taliban Paquistão (TTP), descreve a agência de notícias AP.
O ataque aconteceu no antigo reduto do Taleban paquistanês de Mamund, na província de Khyber Pakhtunkhwa, na fronteira com o Afeganistão, disse o oficial da polícia Kashif Zulfiquar.
De acordo com a fonte, alguns dos policiais feridos estão em estado crítico a ser acompanhados num hospital governamental.
Zulfiquar acrescentou que a campanha foi interrompida na área onde ocorreu o ataque e que todos os trabalhadores estão seguros.
É expectável que as campanhas continuem em outras partes do país.
As campanhas contra a poliomielite no Paquistão são regularmente marcadas pela violência. Os militantes islâmicos têm frequentemente como alvo as equipas de combate à poliomielite e a polícia designada para os proteger, alegando que as campanhas de vacinação são uma conspiração ocidental para esterilizar crianças.
De acordo com a imprensa paquistanesa, mais de 70 funcionários que integram a campanha contra a poliomielite foram mortos desde 2012, principalmente em Khyber Pakhtunkhwa, onde o TTP está mais enraizado.
Em novembro de 2022, o TTP reivindicou um atentado suicida, no oeste do Paquistão, contra um camião policial que servia de escolta a uma equipa sanitária encarregada da vacinação contra a poliomielite, num ataque que causou três mortos e 23 feridos.
O Paquistão e o Afeganistão são os únicos países do mundo onde a poliomielite continua endémica.
No ano passado, foram detetados pelo menos seis novos casos de poliomielite no Paquistão, quase todos no noroeste, onde os pais muitas vezes se recusam a vacinar as crianças.
[Notícia atualizada às 10h13]