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Sandes, amor e lágrimas. Assim trabalha a Cáritas polaca na fronteira com a Ucrânia

01 mar, 2022 - 18:44 • José Pedro Frazão, enviado especial na fronteira com a Ucrânia

O colete de cor vermelha da Cáritas polaca pode ser encontrado no corpo de muitos voluntários em todos os pontos críticos da fronteira com a Ucrânia. A organização católica gere a crise em ligação direta com a congénere ucraniana, que também ela se refugiou parcialmente no país de São João Paulo II. A coordenação com as autoridades é vista como a chave da boa resposta humanitária.

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Todos os dias, milhares de menus básicos de água, sumos e sandes são entregues pela Cáritas da arquidiocese polaca de Przemysl na fronteira com a Ucrânia, em resposta às necessidades identificadas pela Guarda fronteiriça. O apoio inclui roupas, alimentos ou até camas desmontáveis.

Os refugiados têm direito a refeições gratuitas no restaurante administrado pela arquidiocese onde a pressão migratória é mais forte, mas cada Cáritas local, mais longe ou mais perto, faz o que pode para ajudar, desde alojamento a assistência jurídica.

Em declarações à Renascença, a diretora de comunicação da Cáritas Polaca, Dominika Chylewska, assume que as estruturas da Polónia e da Ucrânia trabalham como se fossem apenas uma.

"Há trabalhadores das Cáritas locais da Ucrânia que estão agora a trabalhar em Varsóvia. Cuidamos deles apenas para os deixar trabalhar de forma firme, sem paragens. Se eles tivessem ficado em Kiev ou Lviv não estariam tão seguros. Algumas das nossas pessoas ficaram lá para ajudar neste momento e outras estão agora em Varsóvia", revela a assessora da Cáritas da Polónia, enquanto se certifica que toda a operação está a desenrolar-se como o previsto.

Ucrânia. Refugiados abrigam-se em terminal principal da Polónia e agradecem ajuda do país
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A Cáritas está a trabalhar com as autoridades nacionais polacas em todos os pontos críticos de fronteira com a Ucrânia, incluindo na vila de Medyka, primeira localidade que os refugiados encontram, para além da estação de comboios de Przemysl.

"A cooperação entre organizações não-governamentais e o Governo é muito importante para que não façam sempre as mesmas coisas", alerta Dominika, que acentua o conceito de "ajuda inteligente", em rede com todas as entidades.

Nesta cidade funciona ainda um ponto de apoio secundário com distribuição de comida quente, roupa, cobertores e produtos de higiene e outros de primeira necessidade.

Há autocarros que vêm trazer pessoas das fronteiras e outros que vão levando as pessoas para algum lugar na Polónia. "E há indivíduos que aparecem e que se oferecem para, por exemplo, levar quatro pessoas para Varsóvia", complementa a diretora de comunicação da Cáritas Polónia.

Ao lado, um diácono originário da diocese de Cracóvia mostra-se pronto para ouvir quem precisa de apoio espiritual. As palavras de ânimo são uma componente essencial para contrariar o desespero e a confusão mentais de muitos deslocados.

Na Ucrânia, ficaram abertos os escritórios regionais que não estão atualmente sob ataque russo. Têm como missão ajudar deslocados internos de partes da Ucrânia afetadas pela guerra, em especial no Oeste do país. O apoio vai desde cestas básicas, kits de higiene e detergente, preparação de pacotes alimentares e refeições quentes, para além de camas, cobertores e apoio psicológico para deslocados internos.

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