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Etiópia

Emmanuel Macron preocupado com crise humanitária no Tigray

31 jul, 2021 - 16:46 • Lusa

O conflito entre as forças governamentais da Etiópia e as forças do Tigray já dura há mais de oito meses e está a gerar uma grave crise humanitária na região.

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O Presidente de França, Emmanuel Macron, falou este sábado com os primeiros-ministros etíope e sudanês para expressar a sua preocupação com a evolução do conflito e da situação humanitária na região de Tigray, no norte da Etiópia.

“O Presidente da República disse que a situação humanitária está muito deteriorada e evocou que a necessidade de entregar ajuda ao povo de Tigray exige medidas fortes e, em particular, o levantamento de todas as restrições à entrega de ajuda”, lê-se numa declaração pública da Presidência francesa, na sequência dos contactos do chefe de Estado gaulês com o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, e o chefe de governo do Sudão, Abdallah Hamdok.

Durante as suas conversações com os dois chefes de governo, Emmanuel Macron disse que "a evolução da situação exigiria a negociação de uma cessação das hostilidades e a abertura de um diálogo político entre as partes em conflito, respeitando a integridade e a unidade da Etiópia”.

"Ao lado dos seus parceiros, a França está pronta a acompanhar a Etiópia", acrescentou a Presidência francesa.

As Nações Unidas alertaram esta quarta-feira que as rações do último comboio humanitário a chegar à capital da região de Tigray, Mekele, em 12 de julho, durariam apenas alguns dias.

Cerca de 5,2 milhões de pessoas – mais de 90% da população de Tigray – dependem dessa ajuda, sustentou a ONU.

As rotas de acesso à região estão a ser condicionadas por restrições ou problemas de segurança, na sequência de um ataque a um comboio do Programa Alimentar Mundial (PAM) no passado dia 18 de julho.

Ato contínuo, o novo sub-secretário-Geral da ONU para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, deslocou-se até à Etiópia para se encontrar com funcionários etíopes e visitar Tigray e a região vizinha de Amhara.

"Neste contexto, a França apoia os esforços de Martin Griffiths, que se encontra atualmente na Etiópia", adiantou o Palácio do Eliseu.

Após meses de tensões crescentes, o primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed, Nobel da Paz em 2019, enviou o exército federal para Tigray em novembro de 2020 para retirar as autoridades regionais da Frente Popular de Libertação de Tigray (TPLF).

Abiy Ahmed clamou vitória no final de novembro após a tomada de Mekele, mas os combates continuaram e no final do junho os rebeldes pró-TPLF tinham recuperado a maior parte da região, incluindo a capital.

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  • Joaquim Santos
    01 ago, 2021 Tojal 00:15
    "Emmanuel Macron preocupado com crise humanitária no Tigray". Se a hipocrisia fosse musica, a assembleia geral das nações unidas, seria a a maior orquestra sinfónica.

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