16 jul, 2021 - 10:10 • Sofia Freitas Moreira com agências
O fotojornalista Danish Siddiqui, vencedor de um Pulitzer, foi morto em Kandahar, no Afeganistão, enquanto cobria o confronto entre as forças afegãs e as forças talibãs.
O fotógrafo premiado, que trabalhava para a agência Reuters, era conhecido por cobrir extensivamente uma série de questões por todo o mundo. Alguns dos seus trabalhos mais notáveis vieram da cobertura da devastação provocada pela Covid-19 na Índia, os motins em Deli, a crise dos refugiados Rohingya, os protestos em Hong Kong e o terramoto no Nepal.
Segundo a Reuters, o embaixador do Afeganistão na Índia, Farid Mamundzay, disse estar “profundamente perturbado com a triste notícia do assassinato de um amigo (…). O jornalista indiano e vencedor do Prémio Pulitzer foi integrado nas forças de segurança afegãs. Conheci-o há duas semanas, antes da sua partida para Cabul. Condolências à sua família e à Reuters".
Siddiqui, que era muito presente nas redes sociais, partilhava sempre as últimas atualizações do seu trabalho. Os últimos tweets, publicados a 13 de julho, chamaram atenção para a missão das forças afegãs em Kandahar. De acordo com os seus tweets, Siddiqui acompanhou as Forças Especiais Afegãs para documentar uma missão de combate.
"O objetivo era extrair um polícia ferido, preso durante as últimas 18 horas pelos rebeldes talibãs, na periferia da cidade de Kandahar. O distrito específico é contestado entre o governo e os Talibãs", disse Danish num tweet, afixado com uma série de fotografias da missão.
Na última atualização sobre a missão, Siddiqui disse que teve uma pausa de 15 minutos após 15 horas de missões seguidas.
Algumas das obras memoráveis de Siddiqui incluem a foto das piras funerárias queimadas de um terreno de cremação, que também recebeu muitas reações negativas, o pai migrante a andar com o filho nos ombros, Rambhakt Gopal a brandir uma arma à porta de Jamia durante o protesto contra o motim em Deli, e muito mais.