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embaixador António Monteiro

Guterres vai ter oportunidade para “impor um multilateralismo mais eficaz”

18 jun, 2021 - 10:40 • Anabela Góis , Olímpia Mairos

Em entrevista à Renascença, António Monteiro, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e antigo embaixador de Portugal na ONU, afirma que o secretário-geral das Nações Unidas tem todas as condições para reforçar a cooperação a nível global.

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O embaixador António Monteiro, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, diz que o segundo mandato de António Guterres como secretário-geral das Nações Unidas terá como desafio o reforço do multilateralismo.

“Este segundo mandato vai ser uma oportunidade para o secretário-geral impor um multilateralismo mais eficaz, de levar os Estados membros a perceberem que só uma cooperação a nível global permitirá ultrapassar algumas das ameaças com que a comunidade se defronta”, afirma António Monteiro, que foi embaixador de Portugal na ONU, em declarações à Renascença.

António Guterres é reconduzido esta sexta-feira como secretário-geral das Nações Unidas e avança, assim, para mais um mandato de cinco anos, depois da aprovação por unanimidade do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral.

O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros sublinha que António Guterres “está numa boa posição de conseguir levar isso a cabo”, tendo em conta a forma como foi reeleito e que “demonstra que é respeitado”.

António Monteiro considera ainda que os principais desafios para os próximos anos têm a ver com a “gestão do nosso planeta, com a maneira como nós garantimos as condições não apenas de sobrevivência, mas de uma convivência mais normal e mais adequada entre todos os países do mundo” e destaca o importante papel de António Guterres que de uma “maneira didática, tem conduzido as coisas, granjeando o respeito e o apoio de todos para este segundo mandato”.

A pandemia de Covid-19 e a vacinação a nível global continuam a ser também um grande desafio para o mundo e aqui António Monteiro enaltece o papel ativo de António Guterres.

“Tem sido uma voz a defender os direitos e a chamar a atenção para o facto de nós não podermos viver em paz, de nós não podermos encarar com confiança a resolução desta doença pandémica, se uma parte muito significativa do nosso planeta não estiver protegida”, lembra.

Considerando que a voz do secretário-geral “tem sido muito importante”, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e ex-embaixador de Portugal na ONU alerta que desta “ameaça [pandémica] que nos atingiu a todos só poderemos resistir e vencer, se agirmos em conjunto e se olharmos para o planeta como a tal aldeia global em que é necessário preservarmos as condições de vida para toda a humanidade”.

“É, mais uma vez, encontramos os valores da nossa humanidade comum para podermos, de facto, garantir que o futuro será um futuro de paz e não de conflitos e de discrepância, ao enfrentar as ameaças que, certamente, nos esperarão”, conclui.

A Assembleia Geral, onde o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa fará também uma intervenção, aprova a recomendação do Conselho de Segurança, definida e adotada a 08 deste mês por unanimidade, para a recondução de António Guterres, numa sessão marcada para as 09h00 locais (14h00 em Lisboa).

Depois de a Assembleia Geral proceder à aprovação e confirmação formal da escolha, António Guterres vai tomar posse como secretário-geral pela segunda vez, para um mandato até final de 2026.

O final do segundo mandato assinalará 10 anos, desde que António Guterres tomou posse como secretário-geral da ONU, em dezembro de 2016.

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