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Militares na República Centro-Africana regressam à base após um mês de operação contra grupos rebeldes

30 jan, 2021 - 21:34 • Lusa

Os militares portugueses operaram postos de controlo no itinerário principal e realizaram várias patrulhas de segurança, terrestres e aéreas, para estabelecer um ambiente seguro e estável.

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Os militares portugueses destacados na República Centro-Africana (RCA), integrados na missão de paz das Nações Unidas (Minusca), regressaram à base na capital, após uma operação de um mês contra grupos armados e em que foram alvo de dois ataques. "Após um mês de empenhamento numa operação de paz das Nações Unidas (Minusca), na região de Bossembélé, a cerca de 150 quilómetros da capital da República Centro-Africana, Bangui, os militares do Exército e da Força Aérea da 8.ª Força Nacional Destacada neste teatro de operações, maioritariamente composta por Comandos, regressaram há dias à base, em Bangui", referiu uma nota hoje divulgada no portal do Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA). A nota acrescentou que os militares portugueses foram chamados a intervir para travar o "movimento contínuo de grupos armados em direção a Bangui, a fim de destabilizar o processo eleitoral" de 27 de dezembro. Em 17 de dezembro, seis dos grupos armados rebeldes que ocupam dois terços da RCA aliaram-se na Coligação de Patriotas para a Mudança (CPC), tendo, em 19 de dezembro, oito dias antes das eleições presidenciais e legislativas, anunciado uma ofensiva para impedir a reeleição do Presidente, Faustin Archange Touadéra. Desde aí, Bangui tem sido bloqueada pelos principais grupos armados, que realizaram vários ataques a importantes estradas nacionais que ligam a capital a países vizinhos. Na operação que se prolongou por um mês, os militares portugueses "operaram postos de controlo no itinerário principal e realizaram várias patrulhas de segurança, terrestres e aéreas, para estabelecer um ambiente seguro e estável". O EMGFA acrescentou que durante a realização destas operações, os militares portugueses foram alvo, nos dias 18 e 23 de dezembro, de ataques por grupos armados, tendo "prontamente e em legítima defesa, respondido ao fogo e suprimido a ameaça". De acordo com a nota, não houve baixas na força portuguesa durante estas ações de combate. A Minusca perdeu, pelo menos, sete Capacetes Azuis desde o lançamento, no final do ano, de ataques coordenados e simultâneos dos grupos armados reunidos na coligação anti-Balaka, aliados do antigo presidente François Bozizé. Portugal tem atualmente na RCA 243 militares, dos quais 188 integram a Minusca e 55 participam na missão de treino da União Europeia (EUTM), liderada por Portugal, pelo brigadeiro general Neves de Abreu, até setembro de 2021. A RCA caiu no caos e na violência em 2013, após o derrube do então Presidente François Bozizé, por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas na anti-Balaka. Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos comunitários entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonarem as suas casas. A reeleição na primeira volta do Presidente, Faustin Archange Touadéra, com 53,16% dos votos, foi validada em 18 de janeiro pelo Tribunal Constitucional, que rejeitou recursos dos opositores que alegavam "fraude eleitoral generalizada". Touadéra tinha sido declarado reeleito em 04 de janeiro após uma votação que foi contestada pela oposição e na qual apenas um em cada dois eleitores recenseados teve a oportunidade de votar por causa da insegurança fora da capital, Bangui.
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