Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Primeiro discurso de Biden

Depois da "vitória clara" é tempo de "restaurar a alma da América"

08 nov, 2020 - 00:45 • Carlos Calaveiras

Presidente eleito dos Estados Unidos faz primeiro discurso na sua terra natal, confirmando que quer "uma América respeitada no mundo novamente", acrescentou. Kamala Harris também discursou.

A+ / A-

O Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, fez em Wilmington, no Delaware, o seu primeiro discurso após a vitória nas eleições presidenciais. Apelou à unidade e à pacificação e deu conta das suas prioridades governativas, com o combate à pandemia em destaque.

"O povo falou. Foi uma vitória clara, convincente. É a vitória com o maior número de votos na história da nação", começou por dizer Joe Biden.

"Vou ser um Presidente para unir e não para dividir, que não vê estados vermelhos e estados azuis, só vê os Estados Unidos. Vou trabalhar para ganhar a confiança de todos."

"Queremos uma América respeitada no mundo novamente", acrescentou.

No discurso de consagração, Biden deixou um apelo: "Para todos os que votaram em Donald Trump, percebo o desapontamento, mas vamos dar uma oportunidade". "É altura de baixar a temperatura". "Não há inimigos, há americanos". "É um tempo para curar na América".

"Sou democrata, mas vou governar para todos os norte-americanos", garantiu. Por isso, apelou ao Congresso para que coopere com a sua administração a partir de janeiro de 2021.

Biden deixou uma definição para os Estados Unidos: "Defino a América com uma palavra: Possibilidades. Acredito na América das possibilidades".

"O mundo está a olhar para nós. Vamos liderar pelo exemplo. Somos um país que não deixa ninguém para trás e não desiste. Somos capazes de tudo quando estamos unidos. Temos que restaurar a alma da América", acrescentou.

Biden aproveitou, desde já, para definir as prioridades do seu mandato: "combater a pandemia, melhorar a economia, eliminar o racismo, restaurar a decência, permitir a todos oportunidades".

Na segunda-feira será anunciada uma "task force" para ajudar o combate à Covid-19. "Não pouparei esforços no combate à pandemia", garantiu.

Depois de um cumprimento à família ("Jill será uma grande primeira dama"), Biden deixou palavras de elogio a Kamala Harris.

No final, Biden lembrou os avós: "Como o meu avô dizia quando eu saía de casa dele, quando eu era miúdo em Scranton: ‘Mantém a fé’. E a minha avó dizia: ‘Não, Joey, espalha-a’. Espalhem a fé! Deus ama-vos a todos. Que Deus abençoe a América e proteja as nossas tropas”.

Após o discurso, ouviram-se canções de Beyonce, mas também “I Won’t Back Down”, de Tom Petty, “A Sky Full of Stars”, dos Coldplay, ou "Simply the best", de Tina Turner.

Não houve referência direta a Donald Trump durante o discurso, mas Biden deixou um apelo ao "fim da era da demonização da América".

A cerimónia terminou com fogo de artifício.

"Leal, honesta e preparada"

Antes, tinha falado Kamala Harris, futura vice-presidente dos Estados Unidos, a primeira mulher a ocupar o cargo.

Na primeira frase do seu discurso, Kamala Harris lembrou o congressista John Lewis, recentemente falecido, que, antes de morrer, escreveu que "a democracia não é um estado, mas um ato. A democracia da América não está garantida, é tão forte como a nossa vontade de lutar por ela, de a guardar e de não a tomar por garantida".

"Temos o poder de construir um futuro melhor", acrescentou Harris.

A número 2 da administração Biden agradeceu a todos os que contaram os votos ("Protegeram a integridade da nossa Democracia") e a todos os que foram às urnas ou enviaram o voto pelo correio: “Vocês votaram e deixaram uma mensagem clara: escolheram a esperança, unidade, decência, a ciência e a verdade.”

Segundo Kamala Harris, Joe Biden é "um unificador, um curador".

"Sou a primeira mulher neste cargo [vice-presidente], mas não serei a última". "Vou ser vice-presidente como Biden foi para Obama: leal, honesta e preparada, todos os dias pensando em todas as famílias norte-americanas".

"A América está preparada. Biden e eu também". Harris garante que teremos um "Presidente para todos os norte-americanos".

O antigo vice-presidente dos Estados Unidos da administração Obama é o 46.º Presidente do país e chega à Casa Branca 48 anos depois da sua primeira vitória para o Senado.

Biden é o Presidente mais votado de sempre (mais de 74 milhões de votos), mas também o mais velho: 78 anos.

Os resultados das eleições não estão ainda fechados, mas Joe Biden já garantiu, pelo menos, 279 grandes eleitores no Colégio que escolhe o Presidente. Só precisava de 270.

Donald Trump, ainda Presidente e candidato derrotado, já prometeu luta nos tribunais e a oficialização dos resultados pode ainda demorar semanas. A tomada de posse do novo Presidente está marcada para 20 de janeiro de 2021, mas os resultados devem ser fechados, no máximo, até 14 de dezembro.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+