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Postal de Quarentena - Moshi

Flores do Kilimanjaro para os profissionais de saúde

06 ago, 2020 - 06:37 • Marieke Dekker*

A Tanzânia proíbe a divulgação de informação relativa à pandemia e não publica dados oficiais. O postal desta quinta-feira chega de um país onde a Covid foi derrotada por decreto.

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Na vila de Moshi, no norte da Tanzânia, médicos e alunos do United World College de África Oriental juntaram-se para colher mil flores amarílis, doados por um agricultor local, das encostas do Monte Kilimanjaro.

Entregaram as flores aos mil profissionais de saúde do hospital local, o Kilimanjaro Christian Medical Centre, como gesto de gratidão pela sua coragem, altruísmo e incansável esforço ao longo dos últimos meses.

Os sistemas de saúde de África subsaariana são muito diferentes dos da maioria dos países mais ricos. A maioria das pessoas não têm seguro e só recorrem aos cuidados de saúde numa fase mais avançada da doença.

O internamento afeta diretamente os desafios socioeconómicos diários, como o ordenado, a comida para alimentar a família e a segurança física. Normalmente significa a perda de dinheiro e uma situação de estabilidade económica frágil ou inexistente. E se a doença resultar em deficiência adquirida, então pode conduzir a uma vida inteira de pobreza e de estigma.

Ao mesmo tempo o sistema está a lidar com outras epidemias “silenciosas” como o HIV e tuberculose – doenças que continuam a ceifar milhões de vidas ao longo das décadas e que ainda têm um impacto muito maior do que o novo coronavírus em termos de saúde pública.

Contudo, esta nova epidemia também tem merecido resposta, com sessões de formação pública, programas de prevenção primária e secundária, locais de confinamento e outras medidas.

A Covid-19 poderá limitar os recursos humanos, financeiros, educacionais e iniciativas de pesquisa durante um período muito mais longo e, por isso, a ameaça silenciosa às vidas ultrapassa a mortalidade causada pela própria infeção

Esta região da Tanzânia, com as planícies do Serengeti, o Zanzibar e o Monte Kilimanjaro, é um destino turístico muito popular. Nestes meses o turismo tem sofrido uma queda sem precedentes, mas aos poucos está a recuperar.

O país tem uma população extremamente jovem, por isso a maioria dos casos acabarão por ser assintomáticos ou nem ser diagnosticados.

Até ao momento a Tanzânia tem imposto poucas restrições à população e recentemente anunciou oficialmente o fim da epidemia. Contudo, não existem estatísticas oficiais para a população.


*Marieke Dekker é holandesa. Formada em medicina, trabalha na Tanzânia e colabora com o United World College da África Oriental. É casada e mãe de seis filhos.

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