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Portugal saúda acordo Israel-Emirados e suspensão do plano para anexar a Cisjordânia

28 ago, 2020 - 18:47 • Lusa

Apoio ao acordo, explica Augusto Santos Silva, deve-se a “várias razões”, sendo a principal "o facto de representar a suspensão dos planos de anexação no Vale do Jordão”, que para Portugal é “a questão mais urgente”. Netanyahu diz que anexação foi "adiada", não cancelada.

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Portugal saúda o acordo de normalização das relações entre Israel e os Emirados Árabes Unidos (EAU), sobretudo porque ele implica a suspensão dos planos de anexação do Vale do Jordão, disse esta sexta-feira à Lusa Augusto Santos Silva.

O ministro falava à agência, por telefone, depois de participar, em Berlim, no Conselho informal de Ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) e num almoço de trabalho dos 27 com o chefe da diplomacia israelita, Gabi Ashkenazi.

“Falando em nome de Portugal, tive a preocupação essencial de dizer ao ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel que saudávamos oacordo com os Emirados Árabes Unidos”, afirmou.

O apoio, explicou, deve-se a “várias razoes”, “a principal das quais o facto de esse acordo representar a suspensão dos planos de anexação no Vale do Jordão”, para Portugal “a questão mais urgente”.

“Queria valorizar, aliás também a beneficio da UE, o facto de até agora termos conseguido um objetivo que definimos como essencial desde o momento em que Israel anunciou as suas intenções de anexar: convencer Israel a não o fazer, contribuir para que fosse impedida a concretização do plano de anexação, que do nosso ponto de vista colocaria em sério risco a solução dos dois Estados”, acrescentou Santos Silva.

Com o acordo alcançado, os Emirados tornam-se o primeiro Estado Árabe do Golfo a estabelecer relações diplomáticas com Israel e a terceira nação árabe a fazê-lo, depois do Egito (1979) e da Jordânia (1994).

A normalização das relações entre Israel e os Emirados fazia parte do plano do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para o Médio Oriente, apresentado em janeiro, que previa também a anexação por Israel do vale do Jordão e de colonatos na Cisjordânia.

Segundo o príncipe herdeiro dos Emirados, Mohammed bin Zayed, o acordo "foi alcançado para encerrar qualquer anexação adicional de territórios palestinianos".

A Autoridade Palestiniana já veio rejeitar o acordo, face a declarações do primeiro-ministro israelita. No rescaldo do anúncio, Benjamin Netanyahu disse que o plano de anexação de partes da Cisjordânia ficou "adiado" e não cancelado com o acordo com os Emirados Árabes Unidos, podendo vir ainda a avançar.

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