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Hong Kong. "Continuemos a lutar!", apela magnata Jimmy Lai

12 ago, 2020 - 08:31 • Lusa

Proprietário do jornal pró-democracia “Apple Day” foi detido na segunda-feira e libertado ontem. Ao regressar à redação, foi recebido com aplausos.

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O magnata da comunicação social de Hong Kong Jimmy Lai, proprietário do jornal “Apple Daily”, alvo de buscas na segunda-feira, insta os jornalistas a continuar a lutar. Isto, um dia depois de ter sido libertado sob caução.

Lai, que tinha sido detido na segunda-feira por suspeita de conluio com forças estrangeiras, ao abrigo da lei de segurança nacional, foi libertado na terça-feira e recebido com aplausos e ovações na redação do jornal, após 40 horas sob custódia policial.

"Continuemos a lutar!", disse Lai aos jornalistas nesta quarta-feira. "Temos o apoio dos habitantes de Hong Kong, não podemos abandoná-los", instou numa curta declaração transmitida em direto pelo jornal, através das redes sociais.


Alvo de buscas por 200 agentes da polícia, na segunda-feira, o “Apple Daily” recebeu um forte apoio da população de Hong Kong, com filas a formarem-se de madrugada para comprar a publicação.

Jimmy Lai percorreu a redação do jornal, debaixo dos aplausos dos funcionários.

No vídeo, transmitido em direto, o magnata, muito crítico de Pequim, pediu aos jornalistas que mantenham o tom que despertou a ira da China, mas reconheceu que está a tornar-se "cada vez mais difícil" gerir um grupo de imprensa em Hong Kong.

"Mas temos de continuar o nosso trabalho", acrescentou. "Felizmente, não fui enviado para o continente [China continental]", brincou, fazendo rir os jornalistas.

Jimmy Lai, de 72 anos, é o proprietário de duas publicações pró-democracia frequentemente críticas de Pequim: o diário “Apple Daily” e o “Next Magazine”.

Visto por numerosos habitantes de Hong Kong como um herói e único magnata do território crítico de Pequim, Jimmy Lai é descrito nos meios de comunicação oficiais chineses como "um traidor", que inspirou as manifestações pró-democracia realizadas na região chinesa, e o líder de um grupo de personalidades acusadas de conspirar com nações estrangeiras para prejudicar a China.

As detenções e as buscas foram condenadas pela comunidade internacional, que receia o fim da liberdade de imprensa em Hong Kong, uma cidade que tem sido sede regional de órgãos de comunicação internacionais há décadas.

Ativista de 23 anos entre os detidos

Lai foi uma das dez pessoas detidas pela polícia na segunda-feira, numa grande ação de repressão contra o movimento pró-democracia, a maioria ligadas ao grupo mediático.

No mesmo dia foi também detida a militante pró-democracia Agnes Chow, de 23 anos, que ajudou a fundar o partido Demosisto, ao lado de Joshua Wong, Nathan Law e de outros jovens ativistas.


A jovem é uma das primeiras ativistas do partido, entretanto extinto, a ser alvo da nova lei de segurança nacional.

Chow foi libertada sob caução esta madrugada, tendo ficado com o passaporte apreendido.

Ao sair da esquadra de polícia de Tai Po, Chow disse que a detenção faz parte de uma campanha de perseguição política.

"É muito claro que o governo está a utilizar a nova lei de segurança para reprimir os dissidentes políticos. Ainda não compreendo porque é que fui presa", disse Chow, citada pelo site de notícias local Hong Kong Free Press.


A lei de segurança nacional criminaliza atos secessionistas, subversivos e terroristas, bem como o conluio com forças estrangeiras para intervir nos assuntos da cidade.

O documento entrou em vigor em 30 de junho, após repetidas advertências do Governo de Pequim contra a dissidência em Hong Kong, abalado em 2019 por sete meses de manifestações em defesa de reformas democráticas e quase sempre marcadas por confrontos com a polícia, que levaram à detenção de mais de nove mil pessoas.

Hong Kong regressou à soberania da China em 1997, com um acordo que garante ao território 50 anos de autonomia a nível executivo, legislativo e judicial, bem como liberdades desconhecidas no resto do país, ao abrigo do princípio "um país, dois sistemas", também aplicado em Macau, sob administração chinesa desde 1999.

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