Tempo
|
A+ / A-

Bielorrússia. Manifestante morre em protesto após eleições presidenciais

10 ago, 2020 - 21:36 • Lusa

O manifestante não resistiu ao rebentamento de um engenho explosivo que pretendia lançar sobre as forças de segurança. Reeleição de Alexander Lukashenko está a ser marcada por violência e acusações de fraude.

A+ / A-
"Conseguimos superar o medo". Oposição de Lukashenko rejeita resultados eleitorais na Bielorrússia
"Conseguimos superar o medo". Oposição de Lukashenko rejeita resultados eleitorais na Bielorrússia

Um manifestante morreu nos protestos desta segunda-feira na Bielorrússia. Segundo a polícia, o manifestante não resistiu ao rebentamento de um engenho explosivo que pretendia lançar sobre as forças de segurança.

Dezenas de pessoas foram detidas, esta segunda-feira, em nova jornada de manifestações devido à reeleição polémica do Presidente daquele país, Alexander Lukashenko, que a oposição acusa ser uma fraude.

As forças policiais, que isolaram a praça da Independência, numa zona central de Minsk, procedeu à detenção quer de manifestantes que estavam a pé, quer aqueles que se deslocavam de bicicleta, segundo noticiam meios de comunicação locais.

Em alguns casos, as forças de intervenção utilizaram cassetetes para controlar os manifestantes, a sua maioria jovens, noticia a agência EFE.

A imprensa local disse ainda que no centro da capital ocorreram também confrontos entre os manifestantes e a polícia, numa zona onde diversos comércios e centros comerciais fecharam portas.

A polícia utilizou balas de borracha, granadas de atordoamento e gás lacrimogéneo para dispersar a multidão, e os órgãos de comunicação locais registaram a presença de atiradores furtivos nos telhados de alguns edifícios.

Vários jornalistas também foram presos, quer locais quer estrangeiros, como foi o caso de um repórter do canal russo RT.

Próximo do obelisco de Minsk, um dos centros nevrálgicos dos protestos pós-eleitorais, não se encontra praticamente nenhum manifestante, já que a polícia isolou o local e instalou camiões com mangueiras de água nas suas imediações.

Os protestos também aconteceram em outras cidades da Bielorrússia, como Brest e Grodno, onde cerca de 20 jovens foram detidos e levados para as esquadras em veículos policiais.

A candidata da oposição na Bielorrússia, Svetlana Tikhanovskaia, rejeitou os resultados oficiais das presidenciais de domingo e pediu ao Presidente, considerado o vencedor, que ceda os comandos do país.

A política incentivou ainda os bielorrussos que "acreditam que o seu voto foi roubado" a "não ficarem calados".

Após ter pedido aos bielorrussos no domingo à noite para "terminarem com a violência", Svetlana Tikhanovskaia pediu hoje às autoridades para não utilizarem a força contra os cidadãos.

Os porta-vozes da líder da oposição descartaram a sua participação nos protestos, com o objetivo de evitar "provocações".

O Ministério do Interior assinalou cerca de 3 mil detenções na madrugada de domingo para segunda-feira durante os protestos, e instaurou mais de 20 processos penais por agressões a forças de segurança.

As autoridades bielorrussas anunciaram hoje oficialmente a vitória, com 80,23% dos votos, de Alexander Lukashenko, há 26 anos no poder e reeleito para um sexto mandato, após uma eleição presidencial marcada por fortes suspeitas de irregularidades.

[Notícia atualizada à 1:05 de 11 de agosto]

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+