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Covid-19

Epidemiologistas do Reino Unido defendem fim dos "corredores aéreos"

29 jul, 2020 - 16:11 • Redação com Lusa

Dois especialistas britânicos defendem que viagens para o estrangeiro devem ser adiadas para acabar com novos casos de infeção no Reino Unido. "Comparados aos custos, os benefícios são enormes”, argumentam.

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Os epidemiólogos britânicos David Hunter e Neil Pearce defendem, como forma de eliminar a presença da Covid-19 no Reino Unido, o fim dos “corredores aéreos”, que permitem que os cidadãos do país viajem até alguns locais e não cumpram quarentena no regresso a casa, ao contrário do que acontece neste momento com países como Portugal, que continua na "lista negra" do Governo britânico.

Num artigo publicado no diário "The Guardian" esta quarta-feira, os dois académicos dizem que “encorajar as viagens para o estrangeiro no meio de uma pandemia não faz sentido” e que o Reino Unido pode seguir o exemplo da Nova Zelândia ou da Coreia do Sul, onde a contenção nas viagens para o exterior e a consequente ausência de novos casos de infeção permitiu retomar a vida normal, nomeadamente o encontro de famílias, eventos desportivos e atividade económica interna sem restrições.

Além de uma maior eficácia e transparência do sistema de rastreamento, os especialistas sugerem que o Estado apoie financeiramente as pessoas que precisem de ficar em isolamento profilático, e alojamento num hotel, se forem consideradas um risco para a família.

O fim dos "corredores aéreos", continuam Hunter, professor na Universidade de Oxford, e Pearce, professor na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, significaria substituir viagens de verão ao estrangeiro por férias dentro do Reino Unido.

"Obviamente, as companhias aéreas internacionais precisarão de subsídios para evitar a falência; também significaria que camiões que chegassem ao Reino Unido teriam de ser conduzidos até aos seus destinos por motoristas britânicos”, acrescentam.

Porém, vincam, as vantagens incluiriam o funcionamento de uma economia interna de forma normal, em que turistas nacionais substituiriam os internacionais, a reabertura das escolas sem restrições, pessoas vulneráveis poderiam sair de casa livremente e as atividades culturais e desportivas poderiam ser retomadas.

A eliminação do vírus poderá também reduzir a probabilidade de uma segunda vaga da pandemia no inverno, que pode voltar a sobrecarregar o NHS [sistema de saúde público] e exigir um segundo confinamento obrigatório a nível nacional, indicam.

"Comparados aos custos, os benefícios são enormes”, argumentam, alertando para a incerteza que rodeia os projetos de vacina em desenvolvimento.

O artigo publicado esta terça-feira surge na sequência de uma decisão do Governo britânico, que no passado domingo retirou a Espanha da lista de países "seguros" e com corredor de viagem, o que significa que qualquer pessoa que regresse daquele país ao Reino Unido terá de ficar de quarentena durante 14 dias -- à semelhança do que acontece com Portugal.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, justificou a medida na segunda-feira com "sinais de uma segunda vaga” em Espanha e em outros países europeus, não excluindo impor mais restrições.

Portugal, juntamente com a Suécia, Estados Unidos e Brasil, foi excluído da lista de cerca de 70 países e territórios considerados seguros pelo Governo britânico, decisão que já está a ter impacto no setor do turismo.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, lamentou a decisão que, na ótica do Governo português, "não está fundamentada nos factos”.

O Reino Unido registou até terça-feira 45.878 mortes durante a pandemia de Covid-19, enquanto que Espanha contabilizou 28.436 mortes e Portugal 1.725 mortos.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 660 mil mortos e infetou mais de 16,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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