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Trump é o 3.º Presidente alvo de "impeachment". Câmara dos Representantes aprova acusação

19 dez, 2019 - 07:00 • Redação

Presidente norte-americano é acusado de obstrução do trabalho do Congresso e abuso de poder.

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Destituição de Trump. “Eles não estão atrás de mim, estão atrás de vocês”
Destituição de Trump. “Eles não estão atrás de mim, estão atrás de vocês”

A Câmara dos Representantes aprovou a acusação ao Presidente dos Estados Unidos, com vista à sua destituição ou "impeachment". O processo segue agora para o Senado.

Até às 1h40 de Lisboa (20h40 em Washington), a maioria democrata aprovou a acusação de abuso de poder, que contou com 230 votos favoráveis, 197 contra e uma abstenção. Depois, seguiu-se uma votação sobre a acusação de obstrução ao trabalho do Congresso, por recusar participar na investigação judicial sobre si.

O Congresso, nas mãos dos democratas aprovou esta acusação com 229 votos a favor, 198 contra e uma abstenção, obedecendo aos alinhamentos partidários (com quatro exceções).

Trump irá responder por estes dois crimes de que é acusado no Senado (câmara alta), onde os republicanos (no poder) têm uma clara maioria. É o terceiro Presidente dos EUA a ser julgado com vista a este resultado.

A Câmara dos Representantes é de maioria democrata, enquanto no Senado há uma maioria republicana, por isso a favor de Trump. Para além disso, são necessários dois terços dos votos a favor para que a destituição seja concretizada.

Donald Trump já reagiu com uma imagem publicada através da rede social Twitter.

Na quarta-feira, Donald Trump voltou a declarar-se inocente no inquérito para destituição, que arrancou no início de outubro, com acusações de que o Presidente teria pressionado o seu homólogo da Ucrânia, Volodymyz Zelensky, para investigar a atividade, junto de uma empresa ucraniana envolvida em casos de corrupção, do filho de um rival político, Joe Biden.

O "impeachment", ou seja, o afastamento do Presidente em funções desde 2017 - e que deverá ir a votos com vista à sua reeleição, em novembro de 2020 - afigura-se por isso complicada.

Durante o debate para votação dos artigos de destituição, a líder democrata da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, disse que Trump é uma “ameaça constante à segurança nacional” dos EUA.

“Os atos irresponsáveis do Presidente tornaram necessário o seu impeachment. Ele não nos deixou outra escolha”, afirmou Nancy Pelosi, referindo-se à decisão dos democratas de levarem artigos de destituição para aprovação no plenário da Câmara de Representantes.

Nancy Pelosi também já reagiu no Twitter.


O que está em causa no "impeachment"

Donald Trump é acusado de abuso de poder no exercício do cargo, por ter pressionado o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, para investigar as atividades de um dos seus principais rivais políticos nas presidenciais de 2020, Joe Biden. Em causa estão as atividades do filho do ex-vice-presidente democrata junto de uma empresa ucraniana suspeita de corrupção.

O Presidente foi também acusado formalmente de ter tentado obstruir as tentativas da Câmara dos Representantes de levar a cabo uma investigação sobre o assunto.

O processo de destituição é a forma mais drástica que o Congresso tem de controlar a atuação do chefe de Estado. Até agora, e apesar de ter havido algumas tentativas, nunca um Presidente dos EUA foi destituído; no âmbito do caso Watergate, Richard Nixon preferiu resignar ao cargo em vez de ter de passar pelo processo formal da destituição. Os Presidentes Andrew Johnson, em 1868, e Bill Clinton, em 1999, viram a Câmara dos Representantes aprovar a sua destituição, mas esta não passou no Senado.

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