12 set, 2024 - 13:28 • João Pedro Quesado
O Banco Central Europeu (BCE) cortou, esta quinta-feira, as taxas de juro para depósitos em 25 pontos base, depois de já o ter feito em junho. O segundo corte nas taxas de juro em 2024 faz a taxa aplicável aos depósitos descer para 3,5%. As alterações têm efeitos a partir de 18 de setembro.
Em comunicado, o supervisor financeiro da zona Euro justifica a decisão com a "avaliação atualizada realizada pelo Conselho do BCE quanto às perspetivas de inflação, à dinâmica da inflação subjacente e à força da transmissão da política monetária".
"É agora apropriado dar mais um passo no sentido de moderar o grau de restritividade da política monetária", aponta o BCE, indicando que "os especialistas projetam que a inflação global de situe, em média, em 2,5% em 2024, 2,2% em 2025 e 1,9% em 2026, em consonância com o avançado nas projeções de junho".
A decisão do BCE faz baixar a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de depósito para 3,5%. A taxa de juro das operações principais de refinanciamento foi reduzida para 3,65% e a taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez baixou para 3,90%.
Economia
A presidente do Conselho de Supervisão do Banco Ce(...)
Contudo, o BCE indica que "a inflação deverá voltar a subir na parte final deste ano, parcialmente porque anteriores quedas acentuadas dos preços dos produtos energéticos deixarão de ser incluídas nas taxas homólogas", calculadas face ao preços no mesmo mês do ano anterior.
O primeiro corte de 2024 nas taxas de juro diretoras foi anunciado em junho, também de 25 pontos base, seguido de uma manutenção das taxas no mês seguinte. Até agora, a taxa de operações principais de refinanciamento era de 4,25%, a taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez situava-se nos 4,50% e a taxa de facilidade permanente de depósito era 3,75%.
A instituição liderada por Christine Lagarde sublinha que "a inflação interna mantém-se alta, porque os salários continuam a aumentar a um ritmo elevado". Apesar disso, "as pressões sobre os custos do trabalho registam uma moderação e os lucros estão a amortecer parcialmente o impacto dos salários mais altos na inflação".
O BCE declara de novo o compromisso com fazer a inflação regressar "ao seu objetivo de 2% no médio prazo", assegurando que "está preparado para ajustar todos os instrumentos ao seu dispor" com esse propósito.
[notícia atualizada às 13h57]